O ex-assessor de Flávio Bolsonaro inocentou o senador, mas promotores consideram justificativa "fantasiosa"
Fabrício Queiroz confessou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) que existia um esquema de “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, atual senador, que era deputado estadual na Alerj quando havia o esquema. O ex-assessor de Flávio fez a confissão por escrito e negou a atuação do senador e do Chefe de Gabinete na “rachadinha”.
As informações divulgadas pela CNN Brasil apontam que Queiroz declarou: “havia um acordo pelo qual os assessores por ele indicados para ocupar cargos no Gabinete haveriam de lhe entregar parte de seus vencimentos” e “tal acordo [rachadinha] teria sido realizado sem consulta ou anuência do então deputado estadual nem de seu Chefe de Gabinete, valendo-se da confiança e da autonomia que possuía”. O documento foi anexado ao processo em andamento no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Entretanto, os promotores do MP-RJ consideram ‘fantasiosa’ a afirmação de que Flávio Bolsonaro não tinha conhecimento do esquema, visto que os seus bens e o de sua esposa Fernanda Antunes Bolsonaro aumentaram sem justificativa ao longo de uma década. Além disso, houve uma movimentação de R$ 2 milhões de reais na conta de Queiroz, que tinha um salário que não condizia com essa quantidade de dinheiro.
De acordo com o MP, não é “crível que o referido assessor houvesse arrecadado milhões de reais em repasses de assessores da Alerj, ao longo de mais de dez anos, sem que seus superiores tivessem conhecimento do fato e nem auferido qualquer vantagem do ilícito praticado”.
Os promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) declaram que Flávio Bolsonaro é o “líder da organização criminosa e integrante do núcleo político, que nomeava determinadas pessoas, previamente aderentes ao intento delitivo, para diversos cargos comissionados na Alerj, geralmente ‘funcionários fantasmas’, que não exerciam de fato as funções públicas, com o único propósito de ‘emprestarem’ seus dados qualificativos e contas bancárias para permitir o desvio dos recursos em troca de um percentual desses valores”.
Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz foram denunciados por Eduardo Gussen, no dia 3 de novembro, por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita no esquema das "rachadinhas", com mais 15 pessoas envolvidas no esquema. Confira mais informações aqui.
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