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  • Foto do escritorMayara Beani

Manifestações marcaram o 7 de setembro neste 2021

O feriado foi marcado por muita tensão e manifestações pró e contra o governo de Jair Bolsonaro

Protesto antidemocrático na Avenida Paulista reúne apoiadores do presidente Bolsonaro — Foto: G1/SP

O feriado de 7 de setembro deste ano, que comemora o 199° aniversário da proclamação da Independência do Brasil, ficou marcado pela tensão nas ruas com manifestações a favor e contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), discursos antidemocráticos, pedidos de intervenção militar e destituição dos Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).


Os protestos a favor de Jair Bolsonaro ocorreram em 179 cidades, incluindo as capitais, e pediam além da destituição dos ministros do STF, intervenção das forças armadas e voto impresso. Na noite de segunda-feira, em Brasília, apoiadores do presidente furaram um bloqueio da Polícia Militar e invadiram a Esplanada dos Ministérios. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ouvir apoiadores comemorando e ameaçando invadir o STF - “...tomaram a capital, a esplanada dos ministérios, os caminhões passaram, arrastaram as barreiras que a polícia colocou, tiveram que tirar o resto, só sai de lá com o STF fechado...”. Apesar da invasão, a manifestação na capital transcorreu sem maiores transtornos.

Na manhã desta terça-feira, o Presidente Jair Bolsonaro participou da solenidade cívica de hasteamento da Bandeira no Palácio da Alvorada, substituindo o tradicional desfile de 7 de setembro. O evento, que durou aproximadamente 40 minutos, contou com salto de paraquedistas, hasteamento da bandeira ao som do Hino Nacional, salva de tiros de canhão e o encerramento com a apresentação da esquadrilha da fumaça.


Bolsonaro não discursou no evento e seguiu de helicóptero para a Esplanada dos Ministérios, onde discursou para os seus apoiadores – "Nós não mais aceitaremos que qualquer autoridade usando a força do poder passe por cima da nossa Constituição. Não mais aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer certeza que venha de fora das quatro linhas da Constituição. Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos três poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu, ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", disse, em alusão à suprema corte.

À tarde, Bolsonaro participou das manifestações com apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo, onde discursou novamente, e voltou a ameaçar o STF – “Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais" – O presidente declarou, ainda, em seu discurso que não atenderá mais as ordens do ministro do STF e completou dizendo - “Quero dizer aqueles que querem me tornar inelegível em Brasília: ‘Só saio morto, preso ou com vitória. E eu nunca serei preso. Só Deus me tira de lá’...”.


As manifestações contra o governo ocorreram em menor quantidade e volume, em apenas 84 cidades, com as pautas já abordadas nas manifestações anteriores – impeachment do presidente, vacina para todos e contra a alta dos preços da gasolina, alimentos, gás de cozinha e energia elétrica.


Mesmo com a presença de manifestações contra e a favor do governo, não houveram relatos de violência ou enfrentamento entre opositores e a polícia, os atos transcorreram tranquilos de um modo geral.


Em resposta às ameaças, o ministro Alexandre de Moraes publicou em suas redes sociais:

João Doria (PSDB) também se manifestou nas redes sociais – “Foi num grito de independência há 199 anos. Não podemos tolerar retrocessos. Que o Estado Democrático de Direito e os valores da liberdade sempre prevaleçam sobre o autoritarismo para o Brasil voltar a crescer, gerar empregos e diminuir as diferenças sociais. Viva a independência”.


Ciro Gomes (PDT) e o Ex-presidente Lula (PT), antecipando-se aos atos, também se manifestaram publicamente em favor à democracia:



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