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Foto do escritorMayara Beani

Denúncias, desinformação e falhas gerenciais ofuscam a semana mundial da imunização no Brasil

De 24 a 30 de abril de 2021, a semana é destinada à conscientização da população e à programas de vacinação em massa


Foto: UNICEF/UNI178394/Pirozzi

Criada em 2002 pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), originalmente chamada de “Semana de Vacinação nas Américas”, e estendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para todo o planeta em 2012, a Semana Mundial de Imunização tem por principal objetivo construir a confiança da população em todas as vacinas e construir um apoio de longo prazo para a imunização.


No Brasil, porém, a semana começou marcada por denúncias relacionadas à vacinação contra Covid-19, figurando entre outras notícias, a recusa pelo Governo Federal de ofertas de fornecimento de vacinas contra o coronavírus. Com o início das investigações da CPI da Covid, documentos divulgados no último final de semana, indicam a recusa de ao menos 11 ofertas de fornecimento de vacinas contra o coronavírus, sendo 6 referentes à CoronoVac, três referentes à Pfizer e duas do mecanismo Covax Facility, que faz parte da Organização Mundial das Nações Unidas.


Referência mundial em imunização no passado, o Brasil dá sinais alarmantes de falha de gestão, cientes desde o início de abril da paralização do envase de doses da vacina CoronaVac pelo Instituto Butantan, a determinação do Ministério da Saúde às Secretarias Municipais segue sendo para que as segundas doses não sejam reservadas, dessa maneira, cidades do Rio de Janeiro já alertam para a falta de imunizantes e atraso na aplicação de segundas doses – como noticiado pelo Femme News nesta quarta-feira - https://fnfemmenews.wixsite.com/femmenews/post/municípios-do-rio-param-de-aplicar-segunda-dose-de-coronavac.


Falhas sistêmicas como o mau armazenamento e a consequente perda de imunizantes, a aplicação incorreta de doses, ou doses trocadas – seja pela aplicação de doses de diferentes fabricantes entre a primeira e segunda dose contra o coronavírus (cuja eficácia não é comprovada), seja pela aplicação incorreta de vacina contra o coronavírus ao invés da vacina contra a gripe – e casos de fraude na aplicação, onde profissionais não injetam o líquido da vacina também marcaram a mídia e as redes sociais nos últimos dias.


Voltando ao assunto


O cenário político brasileiro, como dito, ofusca a importância das comemorações da 19ª Semana Mundial de imunização, que em 2021 traz o tema ‘As vacinas nos aproximam’ (#VaccinesWork #AsVacinasFuncionam).


A campanha ressalta o valor das vacinas para a saúde das crianças, comunidades e do mundo, mostrando como a imunização de rotina é a base para sistemas de saúde fortes e resilientes e para o acesso universal à saúde, e destaca a necessidade de ampliar os bons resultados já obtidos e de corrigir os gargalos existentes, além de manter a imunização na agenda política global.


Conforme divulgação da ONU, a campanha propõe:

  • Reformular a conversa global sobre o assunto para dar enfoque à importância das vacinas

  • Destacar as muitas maneiras pelas quais as vacinas nos permitem viver vidas saudáveis ​​e produtivas, evitando a propagação de doenças;

  • Demonstrar prova social de que o público em geral já valoriza e confia nas vacinas;

  • Construir solidariedade e confiança na vacinação, como um bem público que salva vidas e protege a saúde.

Conquistas da vacinação:


Os programas de vacinação ao redor do mundo, alcançaram conquistas relevantes na área da imunização e controle de doenças infecciosas, sendo apontado como o segundo maior avanço da humanidade em termos de saúde pública, atrás apenas da ampliação da oferta de água potável. Confira algumas destas conquistas como sita do site da Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde:

  • Erradicação da varíola;

  • Quase erradicação da poliomielite. Apenas dois países ainda registram a doença de forma endêmica: Afeganistão e Paquistão;

  • Dois a três milhões de vidas salvas todos os anos, segundo a OMS; Queda de 73% na mortalidade por sarampo;

  • Prevenção de 35% a 63% dos casos de diarreia severa por rotavírus nos países com altas taxas de mortalidade pela doença, dois anos após a implantação da vacina monovalente e de 41% a 57% dois anos após a implantação da vacina pentavalente;

  • Redução da mortalidade por gripe nos períodos epidêmicos;

  • Proteção contra a raiva nos países precocemente vacinados após acidentes de risco.

  • Eliminação da rubéola, da síndrome da rubéola congênita e do tétano materno e neonatal nas Américas;

  • Eliminação do sarampo entre os anos de 2016 e 2018. A doença retornou após queda continuada nas coberturas vacinais.


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2 comentários

2 comentários


Donny Beani
Donny Beani
28 de abr. de 2021

E inaceitável que em pleno século 21 ainda se duvide da ciência.

Nossa população precisa acordar antes que seja tarde demais.


Ótimas informações

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Ricardo Drudi Lima
Ricardo Drudi Lima
28 de abr. de 2021

É impressionante que doenças retornem por influência de movimentos anti-vacinas e que a pandemia de Covid-19 continue se alastrando no Brasil por incompetência de um governo federal negacionista e incompetente em pleno século 21.


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