Covid-19: OMS alerta que o contágio da doença não está diminuindo no Brasil

A quantidade de infectados cresce cerca de 10% por semana e, segundo o diretor de emergências da OMS, é um número grande se comparado aos números de base

Por Carolina Gandra

Michael Ryan, diretor de emergências da OMS. Foto: Fabrice Coffrini/AFP/Getty Images

Michael Ryan, o diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou nesta segunda-feira (10), em entrevista coletiva, que a curva de contágio da Covid-19 não está diminuindo no Brasil. De acordo com Ryan, "O Brasil está sustentando um nível muito alto de epidemia. A curva [de transmissão] achatou um pouco, mas não está diminuindo".

Na última semana, o Brasil teve uma média de 43.137 mil casos confirmados por dia. Nesse sentido, Ryan afirma: “mesmo que o número de casos esteja crescendo na casa dos 10% por semana, quando você olha para os números de base, isso é muito”. O país atingiu a marca de 100 mil mortes e 3 milhões de infectados no sábado (08).

Segundo Ryan, as populações mais pobres, que são as mais prejudicadas pelo vírus, devem receber apoio do governo para lidar com a doença. "É muito difícil, porém, para muitas, muitas pessoas no Brasil – muitas vivem em lugares superlotados e pobres, onde sustentar esse tipo de atividade é difícil. O governo deveria estar apoiando essas comunidades – é muito difícil agir como uma comunidade se você não tem apoio".

Durante a entrevista coletiva, o diretor de emergências elogiou os profissionais de saúde do país: “As UTIs ainda estão dando conta [dos novos casos] – e, de novo, é um crédito tremendo aos profissionais de saúde do Brasil. Eles estão nisso há meses”, declarou Ryan.

Profissionais de saúde sem indenização

Na última terça-feira (04), o presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei que indenizaria os profissionais de saúde incapacitados permanentemente pela Covid-19 no valor de R$ 50 mil reais. Segundo o G1, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ter vetado por "contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade" porque pressupõe “benefício indenizatório para agentes públicos e criando despesa continuada em período de calamidade no qual tais medidas estão vedadas”.