Alemanha é liderada por uma cientista

Angela Merkel e o que acontece quando um país é liderado por alguém que leva ciência a sério

Por Flavia Sousa

Foto: Jesco Denzel—EPA-EFE/Shutterstock

Após enfrentar impasses dentro de seu próprio partido, muitos achavam que ela seria apenas um “pato manco” (do inglês “Lame duck”: um político sem poder, apesar do cargo), mas a pandemia do coronavírus destacou não apenas a liderança da chanceler, como também o que acontece quando o chefe de um país é alguém que leva ciência a sério.

Seus antecessores eram homens militares ou formados na área de ciências humanas. Além de ser a primeira mulher no cargo de chanceler federal da Alemanha, Merkel é a primeira com diploma na área de ciências naturais. Ela é formada em Física e doutora em Química Quântica, e também já publicou trabalhos científicos.

Foto: Youtube/DW Brasil

A gestão de Merkel anda recebendo críticas positivas dentro e fora da Europa. Em meados de março, no início do surto da doença no país, ela fez um pronunciamento oficial alertando sobre a seriedade da situação:

“Nosso país não enfrentava um desafio que colocasse à prova a nossa solidariedade e coletividade desde a Segunda Guerra Mundial”, disse ela.

Depois de conseguir achatar a curva de contágio, a Alemanha reabre em pleno verão, mas com restrições para evitar uma segunda onda. As máscaras ainda são obrigatórias em transportes públicos.

Agora, na fase pós-pandemia, Angela Merkel (que acaba de completar 66 anos), coloca a coletividade em prática, e defende um pacote de 750 bilhões de euros para auxiliar países da União Europeia fortemente afetados pela Covid-19.

O espírito coletivo da chanceler alemã estava evidente desde o seu discurso no Parlamento Europeu, no qual o seu país assumiu a presidência rotativa em 1º de julho: “Pandemia não pode ser combatida com ódio e desinformação”.