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  • Manuela Peres

Afeganistão: Talibã bane protestos e libera a saída de estrangeiros do país

Depois de muita negociação, estrangeiros poderão deixar o país, mas o povo afegão segue num regime de opressão

Foto: Reuters

Segundo relatos de diplomatas ao “The Washington Post” nesta quinta-feira (9), o Talibã autorizou a saída de cerca de 200 estrangeiros em voos fretados a partir da capital, Cabul.


Esses foram os primeiros voos autorizados pelo atual governo afegão desde o dia 31 de agosto — quando se esgotou o prazo dado pelos EUA para realizar a retirada total de suas tropas, funcionários e afegãos aliados às forças ocidentais. Desta vez, porém, só aqueles que provarem serem estrangeiros poderão embarcar nos voos que devem partir ainda hoje com destino ao Catar.


De acordo com agências de notícias, a nova retirada foi negociada por Zalmay Khalilzad, antigo enviado americano ao Afeganistão.


Ainda não se sabe se haverá mais voos, mas fontes de Washington declaram que os talibãs estão colaborando com a liberação de estrangeiros do país.


Além disso, o Talibã também colocou o seu primeiro decreto em prática, banindo manifestações por todo o país.


Depois de uma surpreendente e suspeita permissividade inicial por parte dos talibãs, a repressão vai chegando gradualmente para o povo afegão. Na quarta-feira (8), mulheres e jornalistas foram chicoteados por talibãs. O Ministério do Interior então editou seu primeiro decreto desde a terça-feira (7), quando o novo governo afegão foi instalado oficialmente.


A pasta, comandada pelo terrorista internacional Sirajuddin Haqqani, proibiu manifestações que não sejam autorizadas, e diz que “no momento, nenhuma está". Slogans contrários ao Emirado — como o país agora é chamado por seu novo governo — também estão proibidos.


Nas redes sociais, jornalistas afegãos disseram que diversos atos pequenos foram dispersos em Cabul, mas que a violência registrada no dia anterior, quando duas pessoas foram baleadas na confusão após o Talibã suspender um protesto em Herat, não foi repetida.


O fotógrafo Nematullah Nadqi, que cobria um ato feminino em Cabul na quarta-feira para o site Etilaat Roz (Informação Diária), relatou que todos que filmavam o protesto com telefones celulares foram presos pelos talibãs. Ele também contou que ele e seu colega, Tari Daryabi, foram espancados, o que acaba por demonstrar a medida de liberdade que a imprensa tem agora sob o governo Talibã.


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