Vulnerabilidade das mulheres na pandemia
- Femme News
- 26 de jun. de 2020
- 2 min de leitura
Menos renda, mais violência: mulheres estão entre os mais afetados pela pandemia
Por Andrea dos Santos

A paralisação da atividade econômica, provocada pela pandemia da Covid-19, reforça a necessidade de atuação do Estado. O desemprego aumentou em 12 estados no primeiro trimestre de 2020, fazendo com que sete milhões de mulheres deixassem o mercado de trabalho. A previsão, segundo a ONU, é que o PIB do planeta sofra um golpe de US$ 2 trilhões, jogando a economia mundial em uma recessão.
As mulheres vêm suportando desproporcionalmente os impactos causados pela Covid-19. Segundo a Agência Brasil EBC, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus causou a interrupção das atividades de 39% dos negócios conduzidos por mulheres, de acordo com a pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva e a Rede Mulher Empreendedora. O estudo foi feito com uma amostra de 1.165 entrevistas em todas as regiões do país.
O aumento da sobrecarga das tarefas doméstica indica que, em média, as mulheres dedicam 10,4 horas por semana a mais que os homens aos afazeres domésticos ou ao cuidado de pessoas. Segundo o IBGE, em 2019, 146,7 milhões de pessoas com 14 anos ou mais de idade realizavam afazeres domésticos, o equivalente a 85,7% desta população. O percentual de mulheres que realizam esses afazeres (92,1%) ainda é bem mais alto que o dos homens (78,6%). Em 2018, esses percentuais eram 85,6% (total), 92,2% (mulheres) e de 78,2% (homens), com variação de 0,4 pontos percentuais na taxa masculina.
Mulheres e meninas podem estar em maior risco de violência por parceiro íntimo e outras formas de violência doméstica devido ao aumento das tensões na família. Nesse momento de quarentena, famílias passam o dia todo no mesmo ambiente, em uma convivência forçada que pode exacerbar tensões, um fator que contribui para o aumento da violência doméstica.
A Organização das Nações Unidas (ONU) destaca que as mulheres representam 70% da força de trabalho em serviços sociais e de saúde ao redor do mundo. Por isso, é necessário pensá-las como profissionais de saúde na linha de frente e considerar os riscos de discriminação aos quais elas estão expostas.
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