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Vice-Presidente e Ministro do Meio Ambiente negam queimadas na Amazônia

No vídeo que nega queimadas na floresta, mostra mico-leão-dourado, espécie encontrada apenas na Mata Atlântica


Por Larissa Marques

Foto: Reprodução/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Romério Cunha/VPR

Hamilton Mourão, vice-presidente da República, e Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente, compartilharam na última quarta-feira (9) um vídeo que foi produzido pela Associação de Criadores do Pará (AcriPará). No material, é refutada a ideia de que a floresta Amazônica esteja queimando.


A saber, o vídeo tem o nome de “A Amazônia não está queimando” e produzido pela Associação de Criadores do Pará (AcriPará). Com duração de 1 minuto e 38 segundos, mostra argumentos com base em supostas análises da NASA e da EMBRAPA Territorial, que diziam que há aproximadamente 1 milhão de agricultores no bioma amazônico e que apenas 5% destes utilizavam queimadas como forma de limpeza na produção de alimento e que a maioria eram povos indígenas.


Ademais, a peça reforça a ideia de que essas queimadas são de pequena proporção e afirma que o Brasil preserva mais de 63% de suas florestas, sendo dessa forma a nação que mais preserva no mundo.



Todavia, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) só no mês de agosto de 2020 houve cerca de 29.307 registros de queimada. Ocorreu uma queda comparada ao mesmo período do ano passado, cerca 5,2%, entretanto foi a maior média registrada e considerada histórica para o mês, de 12,4%.


Em entrevista à GloboNews, ao ser indagado por jornalistas nesta quinta-feira (10), o vice-presidente disse que o vídeo compartilhado é uma forma de contrapropaganda a aqueles que criticam a política ambiental no país.


“Da mesma forma como eu falei, aqueles grupos que consideram que nós não estamos tratando direito da questão amazônica fazem o trabalho de propaganda deles. Nós temos que fazer a contrapropaganda. Isso faz parte do negócio”, afirmou o vice.


Ainda, outra parte do vídeo que está causando polêmica nas redes sociais é a presença do mico-leão-dourado, espécie de primata que pode ser encontrada apenas na Mata Atlântica.


A princípio, segundo Maurício Fraga Filho, presidente da AcriPará, associação que assinou o vídeo, disse que a imagem do animal foi usava de forma equivocada pela produtora e sendo assim foi uma “gafe”. No entanto, Fraga defende o vídeo dizendo que o mais importante é a mensagem passada.


“O mais importante do vídeo é a mensagem que ele passa, e realmente foi uma gafe essa do mico-leão-dourado. O objetivo foi tentar defender o setor produtivo, o agronegócio da Amazônia”, afirmou.


De acordo com ele, a ideia de fazer o vídeo seria como uma resposta a um outro vídeo anterior que, de acordo com ele, estaria difamando a imagem do produtor da Amazônia. Aliás, declarou que a intenção era de a peça circulasse apenas pelas redes sociais e que talvez tenha sido dessa forma que o Ministro, Ricardo Salles, tenha pego e divulgado, assim como outras pessoas.


A repercussão e o compartilhamento do vídeo por apoiadores do governo levaram a criação da hashtag #stopfakenewsaboutamazon, que entrou nos assuntos do momento no Twitter e que foi compartilhada mais de 65 mil vezes. A tradução da tag quer dizer: “Pare as fakes news sobre a Amazônia”. Ainda mais, houve comoção contrária de usuários da plataforma sobre a hashtag.

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