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  • Renata Nalim

Venezuela: Oposição irá participar das eleições regionais de novembro

Será a primeira participação total de partidos desde 2017; “vou ver Juan Guaidó votar”, diz Nicolás Maduro

O presidente disse que as eleições regionais “são um triunfo total da cultura política do chavismo”. Foto: Imprensa Presidencial

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, destacou ontem (31) que partidos da oposição do país confirmaram sua participação nas eleições regionais e municipais de 21 de novembro. O líder da oposição Henry Ramos Allup expôs que a decisão de participar das eleições foi tomada após “uma análise muito consciente e profunda”.


Em comunicado, a Plataforma Unitária da Venezuela, que agrupa partidos da oposição chamados G4, anunciou sua participação por conta da situação difícil que o país enfrenta e para a reinstitucionalização democrática da Venezuela.


“Anunciamos à comunidade nacional e internacional a nossa participação nas eleições regionais e municipais de 21 de Novembro de 2021, com o cartão da Mesa de la Unidad Democrática (MUD). Tomamos esta decisão após um extenso e difícil processo de deliberação interna com a participação de líderes locais, regionais e nacionais. Estamos comovidos com a situação difícil que o nosso país está a atravessar, com o sentido de urgência de encontrar soluções permanentes para o nosso sofrimento e com o objectivo de reforçar a unidade.”



A participação da oposição venezuelana nesta eleição encerra o boicote de três anos que implicou a não participação nas eleições presidenciais de 2018 e nas eleições parlamentares de 2020.


A decisão surge no meio do processo de diálogo, iniciado em 13 de Agosto, entre o governo constitucional venezuelano com a oposição, que visa construir um acordo de coexistência pacífica e reforçar os valores democráticos. Henry Ramos, líder político do G4, disse que a decisão tem "a aprovação dos Estados Unidos, do Canadá e da União Europeia".

Henry Ramos Allup expressa que a decisão de participar nas eleições foi tomada após "uma análise muito consciente e profunda". Foto: Digital

Durante o primeiro workshop de formação com os candidatos do Grande Pólo Patriótico Simón Bolívar (GPP), Nicolás Maduro convocou todos os eleitores da oposição para ir às urnas votar no candidato de sua escolha, e afirmou que irá “sentar e ver Juan Guaidó votar no dia 21 de novembro, e aplaudir porque conseguimos incluí-lo novamente na democracia, na Constituição”.


Após o discurso de Maduro, Juán Guaidó, Presidente interino da Venezuela, escreveu em suas redes sociais que as eleições regionais e municipais não serão garantias para uma eleição livre e justa; somente serão se houver eleição presidencial .


“Todos sabemos que hoje em dia não existem condições ou garantias para uma eleição livre e justa. Tanto que está sentado como contraparte num processo de negociação internacional que procura essas garantias eleitorais e políticas e um calendário eleitoral. Um processo em que os venezuelanos, juntamente com a comunidade internacional, estão a exigir e a trabalhar para um acordo que ponha fim à tragédia. Não tem, nem nunca terá, reconhecimento. Isso só será dado por uma eleição presidencial que o senhor negou e da qual foge hoje”, apontou Guaidó


Segundo o Executivo, as eleições de 2021 representam “o triunfo total da cultura política, democrática e inclusiva do chavismo”, e acrescenta que “ninguém jamais poderá sonhar em chegar ao poder sem ir primeiro às urnas”. O presidente expôs que o governo constrói “diálogo nacional inclusivo em favor da estabilidade e da paz” buscando “toda a oposição venezuelana ao eleitorado campo".



No sábado (28), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) prorrogou o prazo para a apresentação de candidaturas até hoje. A atitude foi interpretada como um aceno do governo para que a oposição possa finalizar suas negociações internas e escolher os candidatos para as eleições.


O presidente do Poder Eleitoral, Pedro Calzadilla, declarou, aos meios de comunicação, que a decisão procura ser coerente com a política de participação do Poder Eleitoral visando "garantir, facilitar e permitir a mais ampla participação possível do maior número possível de Organizações Políticas no dia 21 de Novembro".


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