Vacina russa contra o coronavírus está na última fase de testes

O Ministério de Defesa russo afirma que se os resultados continuarem satisfatórios a produção em grande escala pode se iniciar a partir de setembro

Por Rebeca Kroll

Rússia se torna o país mais próximo da vacina para covid-19

A pandemia mundial gerada pelo novo coronavírus já deixou mais de 500 mil mortes no mundo e cerca de 13 milhões de infectados. Diante desse cenário, iniciou-se a corrida pelo desenvolvimento da vacina, e 19 vacinas experimentais já estão sendo testadas em humanos. Na última segunda-feira (12), a Rússia anunciou ter concluído a primeira fase de testes da vacina produzida pelo Instituto Gamaleya, em parceria com a Universidade Sechenov.

"A pesquisa foi concluída e provou que a vacina é segura", disse Yelena Smolyarchuk, chefe do centro de pesquisas clínicas da Universidade Sechenov, à agência de notícias estatal TASS. Os testes se iniciaram no dia 18 de junho com um grupo de 18 voluntários, e cinco dias depois mais 20 pessoas receberam a dose. Segundo o Ministério de Defesa russo, os 38 voluntários da primeira fase de testes tiveram resposta imunológica com a vacina. Alguns participantes tiveram febre e dor de cabeça, mas os sintomas desapareceram em menos de 24 horas, segundo a universidade.

Em entrevista à agência de notícias russa Sputinik, o diretor do Instituto de Parasitologia Médica, Tropical e Doenças Transmitidas por Vetores da Universidade Sechenov, em Moscou, Alexander Lukashev, afirmou que o objetivo dos primeiros testes era avaliar a segurança da vacina, o que foi feito com sucesso. Contudo, ainda são necessárias mais duas rodadas de testes com a conclusão prevista para o dia 28 de julho e para 14 e 15 de agosto.

O diretor do Instituto, Alexander Gintsburg, disse à agência russa Ria Novosti que tem esperança de que a vacina seja registrada antes de 4 de agosto. A expectativa é iniciar a fase 3: distribuir uma pequena quantidade a mais pessoas entre os dias 14 e 15 de agosto e mantê-las sob supervisão. Se os resultados continuarem satisfatórios as empresas poderão começar a produzir em massa a partir de setembro e a Rússia será o primeiro país a distribuir uma vacina contra o coronavírus à população.

Apenas duas vacinas experimentais no mundo estão em finalização da fase 3 (testes em humanos), a da chinesa Sinopharm e a da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, com parte dos testes realizados no Brasil. No final deste mês, a chinesa Sinovac Biotech deve se tornar a terceira a ingressar na fase 3, e também será testada no Brasil.