Testes começam a ser usados em agosto
Por Clara Maria Lino
Pesquisadores de Engenharia e Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão desenvolvendo um novo teste sorológico para detectar os anticorpos em suspeitas de COVID-19. A ideia é proporcionar à população um exame de baixo custo, mais rápido e mais simples que o PCR (Reação em Cadeia da Polimerase). A meta do exame é testar toda a população. O custo de cada teste deve custar menos de US$1.
De acordo com os coordenadores do projeto os professores Amilcar Tanuri, Leda Castilho e Orlando Ferreira, o “teste S-UFRJ” pode ser feito em larga escala já que a ação não necessita de uma grande estrutura aprimorada para ser executada. Além disso, uma pessoa que já teve o COVID-19 vai saber que entrou em contato com o vírus.
Para a pesquisadora Leda Castilho, o teste identifica anticorpos anti-coronavírus no sangue do indivíduo aos quais o corpo produz assim que detecta o COVID-19.
“Quando a pessoa é infectada pelo vírus, o sistema imunológico passa a produzir anticorpos contra ele, na tentativa de neutralizá-lo. Alguns anticorpos são detectáveis já uma semana após o contágio, enquanto outros levam quase duas semanas para serem produzidos e permanecem por muito tempo. A proposta é detectar os anticorpos, possibilitando tanto determinar se uma pessoa com sintomas respiratórios é positiva para COVID-19 quanto, por exemplo, mapear pessoas que já tenham sido infectadas anteriormente, mesmo assintomáticas”, relata a pesquisadora doutora em Engenharia Bioquímica pela Universidade de Braunschweig, na cidade de mesmo nome, na Alemanha.
No entanto, segundo o pesquisador Amilcar Tanuri o problema deste teste é de que o organismo pode demorar sete dias para apresentar o anticorpo.
“O problema é que talvez demore sete dias para a apresentação do anticorpo e, caso o paciente se apresente antes, pode ser que dê negativo. De qualquer maneira, vai ajudar a detectar mais na frente quem está imune. Por isso, o teste é muito interessante para o controle da epidemia”, afirma o consultor da Rede Global de Laboratórios de Fármaco-Resistência da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisador associado na Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos.
De acordo com a UFRJ, o baixo custo do exame é causa da forma de coleta do material. Em outros testes as amostras de sangue são retiradas em laboratório e com seringas. Neste teste só é retirada uma gota de sangue da ponta do dedo.
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