Os 25 tripulantes ainda estão na embarcação sem descer a bordo
O Ever Given ficou conhecido por sua embarcação encalhar no Canal de Suez do dia 22 ao dia 29 de março causando um engarrafamento de navios que usam essa rota diariamente para transportar suas cargas. Na época do ocorrido a equipe que está a frente no comando alegou que a causa foi uma rajada de vento, porém a Autoridade do Canal de Suez (ACS) disse que esse não foi o único motivo para o navio encalhar e que era preciso abrir uma investigação pois suspeitavam de erros técnicos ou falha humana.
Vale ressaltar que o Canal de Suez é a principal rota marítima do mundo.
O que acontece agora é que a tripulação está há quase um mês dentro da embarcação sem poder ir para casa, pois são reféns temporários de um conflito multimilionário envolvendo um navio de bandeira panamenha, de propriedade de uma holding japonesa, operado por uma empresa alemã, com tripulação indiana.
O navio ainda se encontra no sistema do Canal de Suez, mais precisamente no Grande Lago Amargo, no Egito.
Depois de três semanas à bordo, a Federação Internacional dos Trabalhadores (ITF) foi conferir a saúde dos tripulantes e alegaram que eles estavam “de bom humor”.
Enquanto os trabalhadores do navio estão ansiosos para saber se poderão voltar para casa ao término do contrato, a ACS já avisou que só vai liberar quando pagarem o valor de US$ 1 bilhão exigidos para compensação de danos devidos à operação de salvamento e pela perda de reputação. Esse valor em reais equivale a R$5,43 bilhões.
Como já falado, inicialmente foi determinada culpas meteorológicas quando o navio encalhou, posteriormente iniciou um possível apontamento de negligência técnica ou competência humana. Com isso Abdulgani Serang, do sindicato Indian Boaters' Union, representante da equipe do Ever Given, se posicionou afirmando que embora tenha sido investigado pela autoridade egípcia, não foram levantadas dúvidas sobre o profissionalismo da equipe.
Alguns veículos de informação da Índia, país de origem da tripulação, emitiram notas de que o sindicato estaria com receio da tripulação passar a viver numa espécie de prisão domiciliar.
Como essa situação envolve muitas empresas com diferentes posicionamentos e interesses, especialistas especulam que um acordo entre elas pode levar até mesmo anos.
Com o futuro incerto para os tripulantes, Serang se posicionou sobre essa questão:
"Não houve perda de vidas, nenhum derramamento de óleo ou atividade criminosa no incidente. É apenas uma questão civil sobre as implicações financeiras negociadas pelos proprietários egípcios, fretadores, seguradoras e autoridades".
Já o capitão do cargueiro, Sanjay Prashar, não pareceu muito otimista ao conceder entrevista para o jornal The Times of India:
“Parece que a tripulação indiana a bordo do Ever Given terá que estar preparada para uma longa prisão”.
Atualmente o status oficial do navio é de “confiscado”.
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