top of page
Foto do escritorFemme News

Teste produzido com anticorpos de cavalos apresenta até 50 vezes mais potência contra Covid-19

Os resultados obtidos foram excelentes e os cientistas esperam que já possam iniciar as testagens sem seres humanos


Por Natasha Silveira

Foto: Instituto Vital Brazil

Em maio deste ano, cientistas brasileiros iniciaram uma pesquisa com alguns cavalos do Instituto Vital Brazil (IVB) para desenvolver um teste sorológico, utilizando a proteína S recombinada ao coronavírus descobriram que os anticorpos apresentados no plasma sanguíneo dos animais foram de 20 a 50 vezes mais potentes contra a Covid-19 do que os encontrados nos plasmas das pessoas contaminadas. Foram realizados testes em 5 animais, em 4 os plasmas deram ótimos resultados aos anticorpos criados e o quinto animal apresentou um volume um pouco menor dos anticorpos em relação aos outros. A pesquisa será publicada na noite desta quinta-feira (13) durante a sessão científica da Academia Nacional de Medicina (ANM).


A proteína S foi produzida pelo Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares da Coppe UFRJ e foi o que auxiliou no desenvolvimento do novo teste sorológico para encontrarem os anticorpos para a Covid-19. De acordo com o pesquisador da UFRJ, Lima Silva, um dos motivos para que tenha sido possível obter uma boa resposta dos anticorpos detectados, e na habilidade em matar o vírus, é de que os cientistas puderam utilizar uma proteína recombinante de forma inteira e não apenas os fragmentos dela para realizar o estudo.


No momento, os pesquisadores estão aguardando pela autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que os testes sorológicos possam começar a serem feitos nos seres humanos. Atualmente, já está sendo utilizado os plasmas das pessoas que contraíram o vírus no tratamento de pessoas que ainda permanecem contaminadas, no intuito de que possam obter anticorpos extras, e o objetivo do soro é parecido a este. Apesar de estar sendo produzidos nos cavalos, os anticorpos serão purificados e só aí poderão ser injetados nos pacientes.


"Temos que fazer tudo com muito cuidado para não criar falsas ilusões, mas a resposta foi impressionante, muito acima das nossas expectativas", ressaltou Jerson Lima Silva, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio (Faperj) e pesquisador da UFRJ, que também participou do projeto.


A técnica da soroterapia já é um tratamento utilizado há anos contra picadas de abelhas, cobras, aranhas e escorpiões, e também em doenças como raiva e tétano. Os soros que são realizados pelo IVB tem tido um ótimo resultado no uso clínico e não apontam nenhum histórico de hipersensibilidade e nem outras possíveis reações adversas. "Uma das vantagens é justamente que usamos os soros há um século, como o antiofídico e o antitetânico. Sem falar no volume de plasma que pode ser produzido, nós temos 300 animais, mas podemos comprar mais 500. Em 2 meses teríamos uma quantidade enorme de anticorpos", informou Adilson Stolet, presidente do Instituto Vital Brazil, ao Estadão.


Os pesquisadores esperam que seja possível pular a fase dos testes pré-clínicos e iniciarem direto os testes nos humanos, já que esta é uma tecnologia bem conhecida. O Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) se tornou parceiro do projeto para as testagens serem feitas. Segundo Lima Silva, "Mesmo que não consigamos uma eficiência de 100%, poderia ser uma estratégia também combinar essa terapia com a vacina".


Comments


bottom of page