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Superlotação nos transportes públicos em meio a pandemia

  • Priscila Simões
  • 27 de mar. de 2021
  • 5 min de leitura

Um dos maiores índices de contágio pela covid-19 são nos transportes públicos


Crédito: Reprodução/ Tv Globo


Texto Twitter: O Rio de Janeiro a cada dia vem aumentando os casos de pessoas infectadas pelo coronavírus, e de acordo com estudos o maior índice de contaminação são nos transportes públicos. Como está sendo a rotina desses transportes para evitar o contágio? As medidas adotadas são efetivas?


A pandemia do coronavírus já completou mais de um ano no Brasil, e pelo visto está muito longe do seu fim. Mas um fator que tem evidenciado a ascensão do contágio são os transportes públicos que apresentam um total descaso com as medidas preventivas de proliferação do vírus, gerando aglomeração e falhas na higienização e fiscalização.


Falando em BRT, a Secretaria Municipal de Transporte afirmou em nota que já aplicou quase 500 multas ao consórcio do BRT pelo não cumprimento das medidas preventivas. A prefeitura do Rio já tinha proibido o transporte de passageiros em pé, porém esse é só mais uma negligência não cumprida dentro de tantas outras. O número de coletivos diminuiu drasticamente fazendo com que haja aglomeração nos terminais, sem contar que o transporte não conta com nenhum tipo de ventilação, também diariamente passageiros transitam aglomerados e sem haver nenhum tipo de fiscalização sobre o uso de máscaras sendo normal a locomoção de passageiros em seu interior sem máscaras ou com máscaras usada indevidamente. Outra reivindicação é a ausência de álcool gel disponível para utilização pelos passageiros nas plataformas, e também de fiscalização não somente nos terminais rodoviários como ao longo das estações.


De acordo com uma usuária do transporte, Leticia de Barros, ela relata:

  • Se antes da pandemia essas questões de higienização eram precárias e o superlotamento era realidade, depois da pandemia conseguiram piorar. Diminuíram mais ainda os articulados fazendo com que ficassem mais lotados ainda, sem distanciamento entre as pessoas e ainda com a maioria deles com ar condicionado quebrado e sem ter como abrir as janelas. Os ônibus são sucateados, as estações vandalizadas, muitas pessoas dão calote nas estações. Quem sofre são as pessoas que utilizam todo o dia porque não há mais outras opções de ônibus, já que a prefeitura quando instalou o BRT acabou com todas as outras linhas. A outra única opção de BRT são os tarifas que custam quase 20 reais e ainda sim também tem carros que estão em péssimas condições e quebram pelo caminho, fora que os passageiros ainda passam por assaltos nessas linhas. No pior pico da doença na cidade, os BRTs circulam abarrotados de pessoas, nem todas usam máscara e não há álcool em gel disponibilizado para os passageiros para uso dentro dos articulados. É um descaso, um convite à morte!


BRT no rio lotado em meio a pandemia (Crédito: Domingos Peixoto/Agência O Globo)


Não somente o BRT está precário e atuando de forma leviana com relação às medidas de prevenção ao contágio do coronavírus, outras modalidades de transporte estão atuando da mesma maneira, como é o caso da SuperVia.


A empresa decidiu que a melhor forma de lidar com situação alarmante foi a redução de sua frota, aumentar os intervalos entre os trens, e em especial no ramal Santa Cruz não tem mais o trem expresso, agora somente paradores. Com isso anulou o ramal Central x Deodoro que agora é suprimido pelo Santa Cruz.


Na estação Central do Brasil percebe-se funcionários informando que só é possível a compra da passagem com utilização de máscara, o que não se confirma já que a todo momento pessoas negacionistas conseguem livremente comprar passagem e transitar pelas plataformas e até mesmo no interior dos trens sem nenhum tipo de impedimento ou fiscalização. Vale ressaltar também que recentemente, em meio a crise econômica e sanitária que assola o país, a SuperVia aumentou o valor de sua tarifa para R$5,00.


O descaso da Companhia é alarmante. Pessoas circulam sem máscaras livremente, os próprios vendedores ambulantes são poucos os que têm a preocupação de usar máscara, e esses são os que mais se expõem ao vírus e são os principais vetores também, já que muitos podem ser assintomáticos. Não há nenhum tipo de fiscalização nas estações e nem na Central do Brasil que deveria ser referência no combate a proliferação do vírus.


Com os intervalos maiores, com menor frota disponível, sem reposição do álcool em gel para higienização das mãos, com a exclusão de trens expressos em determinados ramais, e sem nenhum tipo de fiscalização nas estações e no interior dos vagões, a SuperVia é totalmente omissa com o serviço prestado e quem paga é o usuário, e paga muitas vezes com a vida.


A ausência de fiscalização se comprovou no último dia 19 em que através das redes sociais convocou a população para o “Trem Fest”, que foi simplesmente um baile funk com direito a Dj, funk, bebidas e aglomeração. O evento aconteceu em um vagão do ramal Japeri.



Baile funk no trem, aglomeração e pessoas sem máscaras (Crédito: Reprodução/G1)


O metrô também vem sendo alvo de denúncias pelos mesmos motivos, falta de fiscalização nas plataformas e no interior dos vagões onde passageiros circulam sem máscaras, intervalos maiores entre um metrô e outro o que faz com que gere aglomeração, além da ausência de higienização e de álcool para os usuários dos transporte poderem desinfetarem suas mãos. Outro fator que potencializa a circulação do vírus é por se tratar de um ambiente fechado.


Thainá de Oliveira, uma usuária assídua do metrô na baixada deu seu relato a respeito da concessionária na pandemia:


  • Falta fiscalização em todos os transportes, o meu exemplo é o Metrô Rio que alega ser obrigatório o uso de máscara no embarque e durante toda a viagem não fiscaliza o decorrer da mesma, onde grande maioria dos passageiros retiram a máscaras correndo o risco de contágio e de transmissão por conta de dificuldade de respirar no ambiente fechado, lotado e quente.


Ou seja, estamos no momento mais crítico da pandemia no Brasil, no Rio de Janeiro a curva de contágio está em absoluto crescimento, números de óbitos exorbitantes derivado de um total descontrole da gestão, e ao invés de serem adotadas medidas de prevenir o usuário a exposição ao vírus, a realidade é que as concessionárias e os órgãos responsáveis não estão preocupados, principalmente nas localidades mais afastadas da zona sul do Rio.


Essas atitudes equivocadas colocam em risco toda a população porque uma pessoa que entra em contato com o vírus no transporte público, ela leva esse vírus para todas as outras pessoas com as quais faz contato, seja em casa, no trabalho ou nos comércios. Assim sendo, potencializa o aumento dos casos de pessoas infectadas.


O Rio de Janeiro está carente de uma gestão comprometida com o freamento do contágio pessoa por pessoa. Não adianta adotar medidas paliativas se o foco não está sendo combatido.


Muitos são os fatores que fortaleceram para que a situação calamitosa chegasse a esse nível, mas o momento é de reverter o quadro e não apontar culpados. E de acordo com estudos e apontamentos, o transporte público é um dos ambientes mais propícios ao contágio e proliferação do vírus visto a forma negligenciada que estão sendo tratados tanto pelas empresas e pelas pastas responsáveis pelo transporte público na cidade.






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