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Sleeping Giants: movimento que combate sites propagadores de fake news e discursos de ódio

Perfil no Twitter busca acabar com o financiamento de sites que espalham fake news no país


Por Beatriz Catão


Foto: Reprodução/Twitter do Sleeping Giants

Desde maio deste ano, o Sleeping Giants Brasil (gigantes adormecidos) cobra de marcas nacionais e internacionais que retirem seus anúncios de sites que compartilham notícias falsas e/ou discursos de ódio, a fim de desmonetizá-los. Isso ocorre através da sua conta no Twitter, que possui mais de 380 mil seguidores, e que foi inspirada no modelo americano lançado há quatro anos.


O Sleeping Giants original foi criado em 2016 por Matt Rivitz, nos Estados Unidos, perto das eleições presidenciais. Ele observou que muitas empresas veiculavam anúncios publicitários em sites especializados em divulgar notícias falsas, então decidiu contribuir alertando essas empresas para que elas cessem o financiamento aos sites.


Essas grandes empresas, geralmente, utilizam o modelo de publicidade programática, que automatiza a veiculação de sites e aplicativos. Sendo assim, elas não possuem controle de onde seus anúncios aparecem e, às vezes, eles aparecem em sites propagadores de ódio e fake news.


Também incomodado com o desserviço das informações falsas na internet, um brasileiro entrou em contato com Rivitz e pediu permissão para criar uma versão brasileira do projeto. Em maio foi criado o Sleeping Giants Brasil e Matt deu seu aval logo no segundo dia em que foi criado o perfil brasileiro no Twitter. Outros voluntários e seguidores fizeram o mesmo para expandir o projeto para outros países.


Entretanto, o criador da conta brasileira prefere se manter no anonimato, pois teme sofrer o mesmo que Matt. Ao revelar sua identidade, ele sofreu ameaças de morte e viu o mesmo acontecer com seu filho de 14 anos, na época.

Com três meses, a conta já denunciou grandes marcas como Dell, Banco do Brasil, Telecine, McDonald’s, Zoom, Philips, Picpay, History Channel, PagSeguro, Marisa e Nagem pelos seus anúncios em sites conhecidos por disseminar notícias falsas. Muitas responderam às denúncias e relataram que bloqueariam os anúncios ou revisariam suas publicidades nas páginas denunciadas.


Foto: Reprodução/Twitter/Yahoo


Foto: Reprodução/Twitter/GQ Globo

Foto: Reprodução/Twitter/GQ Globo

Um dos focos do perfil era o Jornal da Cidade Online, página defensora do presidente Bolsonaro, então sua denúncia causou grande revolta e indignação nos bolsonaristas. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, publicou um vídeo no Twitter apresentando e explicando o Sleeping Giants.


Atualmente seu alvo é o Olavo de Carvalho, conhecido por suas teorias conspiratórias, não só ele como o site Brasil Sem Medo. “Infelizmente é uma pessoa que influencia muita gente e que também ataca a democracia. O site tem mais de 3 milhões de acesso e divulgou inúmeras desinformações sobre a coronavírus, além de disseminar o ódio”, disse o criador do perfil brasileiro em entrevista para o GQ Globo.


O movimento cresceu rápido, principalmente no Brasil, devido a uma matéria realizada pelo El País, dando visibilidade e reconhecimento no exterior também. Em apenas uma semana, o perfil brasileiro ultrapassou o número de seguidores do perfil original, que demorou quatro anos para conseguir. “Absolutamente impressionante o que aconteceu com o Sleeping Giants Brasil em menos de uma semana”, tuitou o perfil americano.


Em entrevista para o UOL, o criador da conta afirma: “Acreditamos que toda empresa deve ter responsabilidade social. Sites assim não contribuem em nada para o desenvolvimento do país e interesse das empresas. Eles apenas xingam e mentem para lacrar, e o jornalismo real se faz com verdades, baseadas em fatos devidamente comprovados”.



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