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Sementes misteriosas: ácaros, fungos e bactérias são encontrados nos grãos

  • Foto do escritor: Ana Modesto
    Ana Modesto
  • 7 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Por ser um evento inédito, todas as pesquisas e investigações brasileiras começarão "do zero"


Foto: Divulgação/Superintendência do Ministério da Agricultura

Nesta terça-feira (6), a Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), declarou que foram identificados fungos, bactérias e possíveis pragas inexistentes no Brasil (quarentenárias) nos pacotes de sementes desconhecidos que chegaram ao país.


Até a noite desta quinta-feira (6), 258 pacotes destas sementes chegaram em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal. Os únicos que ainda não registraram recebimento foram os estados do Maranhão e Amazonas. Na imagem seguinte é possível observar a quantidade de recebimentos por estado:


Após a realização de análises técnicas no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás (referência no país), foi encontrada a presença de ácaros vivos em uma amostra e três fungos distintos em outras 25. Além desses, quatro amostras foram identificadas como possíveis plantas daninhas e em mais duas foram encontradas bactérias. Estima-se que em 30 dias ocorra um maior detalhamento dos resultados.


Nesta terça-feira (6), José Guilherme Leal, secretário de Defesa Agropecuária, afirmou em coletiva de imprensa virtual sobre a procedência do material não ter nenhum tipo de certificação. Logo, esta será uma pesquisa que começará "do zero" na busca pela identificação destes materiais. Ele ainda declarou que outras decisões estão sendo tomadas para impedir a chegada de novas pragas no país, que supostamente estão vindo de 4 países asiáticos.


“O cidadão que receber esse material pode entregar para o órgão de agricultura que ele não vai ser de forma alguma penalizado. Ele está fazendo uma colaboração da proteção da agropecuária do Brasil e também evitando o contato com um material que possa ter um risco até para a saúde”, orienta o secretário.


"Estamos falando de material não solicitado, que não tem controle e não sabemos a origem nem o que está carregando. Apesar da pequena quantidade, podem trazer pragas para a nossa agricultura, como plantas daninhas, fungos, outras doenças como bactérias, vírus”, ele alerta.


Clique aqui para conferir os endereços dos postos de entrega.


José Leal e Carlos Goulart solicitam conjuntamente a toda população que não sejam descartadas as embalagens originais dos pacotes, pois, nelas podem conter informações fundamentais para rastrear de sua origem. As sementes também não devem ser manuseadas, plantadas ou jogadas no lixo (para impedir uma possível germinação), pois, não se sabe se elas tiveram algum tratamento com elementos químicos ou produtos tóxicos.


Carlos Goulart, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, fala sobre a importância que as sementes têm como carga regulatória no mundo e do grande risco que estamos vivendo, pois, este é um evento inédito. Ele ainda declara que não há nenhum caso em outros países sobre recebimento destes envelopes.


“Essa importação de material, solicitado ou não, sem a certificação, sempre foi proibida no Brasil e no mundo. O que chamou a atenção foram usuários terem recebido os pacotes sem terem sido solicitados”, disse o diretor.


Desde 2019, há um aumento de, aproximadamente, 150% no número de apreensões de materiais parecidos pela central de distribuições dos Correios em Curitiba, local onde ocorre a inspeção de pacotes de até 2 kg.


José Luís Vargas, diretor do Departamento de Serviços Técnicos, disse que todos os recebimentos passam por um escaneamento e por um cão farejador, treinado no centro de detecção do Mapa. Se durante ou após a inspeção for identificada alguma suspeita, o material é direcionado ao Ministério da Agricultura.


“O risco é desconhecido, então o alerta é máximo. Quando fazemos viagens internacionais também não devemos trazer esses produtos. Isso coloca nossa agropecuária em risco, todo o nosso bioma, pois não sabemos o potencial de danos desse material ao Brasil”, disse Carlos.


Investigação


Nos primeiros seis meses deste ano, 33.734 caixas e envelopes portadores de folha, flores, caules, mudas, bulbos, sementes e outros produtos vegetais que foram considerados de risco foram apreendidos pela central de Curitiba. Destas mais de 30 mil apreensões, 26.111 foram destruídas, 2.383 foram devolvidas aos seus remetentes e 5.240 liberados após checagem da documentação.


Por enquanto, apenas a parte administrativa do Mapa realiza as investigações. O secretário informou que apenas após a união de todas as informações necessárias será possível um contato com as autoridades dos supostos remetentes dos envelopes recebidos. Caso seja necessário, autoridades policiais também poderão ser acionadas. Leal ainda afirma não haver provas de que seja um evento intencional para introdução de pragas no Brasil.



Revisado por Suellen Martins


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