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Segunda gravidez de Vivianne Noronha, esposa do Mc Poze, levanta questão sobre a gravidez precoce

  • Foto do escritor: Femme News
    Femme News
  • 25 de jun. de 2020
  • 4 min de leitura

O assunto ganhou destaque nas redes sociais e opiniões foram divididas. Tema ainda é pouco discutido enquanto os casos de gravidez na adolescência aumentam


Por Natasha Silveira


Imagem: Pixabay

Na última segunda-feira (22), o cantor Mc Poze e sua esposa, Vivianne Noronha, anunciaram pelo Twitter que estão à espera de mais um bebê e será um menino. Alguns internautas parabenizaram o casal e muitos criticaram a segunda gravidez, afinal, qual o problema real por trás disso?


Essa é a segunda gravidez de Vivianne. Os dois têm uma filha de 1 ano de idade, e o fato dela ter apenas 16 anos foi o motivo de causar tanta indignação nas redes sociais e levantar uma questão importante.


Durante todo o ano, mais de 430 mil bebês nascem de mães adolescentes no país. Cerca de 18% dos bebês nascidos no Brasil são de mães adolescentes, segundo dados do relatório publicado pela Organização Pan-Americana (OPAS), Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). São diversos os fatores de risco sobre a gravidez na adolescência e é preciso levantar uma série de questões: sociais, econômicas, culturais, de educação e familiares, além de muitas meninas precisarem abandonar a escola devido a gravidez e sofrerem dificuldade para retornarem aos estudos, e encontrarem vagas de empregos melhores.

Por este motivo e com o intuito de colaborar na disseminação dessa informação, a equipe do Femme News decidiu trazer a realidade de duas jovens que foram mães cedo para nos contar sobre suas experiências. Em entrevista, a Anna Luiza Francisco dos Santos (17) e a Lara Magre Ferreira Garcez (21) nos relatam como foi se tornarem mães aos 13 e 17 anos e como enfrentaram a descoberta:



- Qual foi o primeiro sentimento que surgiu ao saberem que seriam mães aos 13 e 17 anos?


Anna Luiza: A descoberta foi um grande susto, inesperável... um sentimento de amor e susto ao mesmo tempo.

Lara: Meu primeiro pensamento foi "e agora, o que eu vou fazer?", entrei em desespero por estar terminando o ensino médio, mas reconheci que o erro foi meu por esquecer de tomar o remédio e ocasionou na gravidez. Tentei pensar que para tudo tem jeito, só iria atrasar um pouco algumas coisas.



- Receberam muito julgamento durante a gravidez? Se sim, como lidaram?


AL: Recebi pouquíssimos julgamentos, um deles foi “que burrice, nova demais”. Mas sempre pensei no lado positivo, que mesmo com um bebê, minha vida e os estudos iriam continuar normalmente.

L: Recebi sim, inclusive dos meus pais e das minhas irmãs. No meu trabalho também e sempre perguntavam se eu era casada, ficava muito triste, mas tentava me excluir um pouco para encontrar meu ponto de paz e encontrar estabilidade mental.



- Qual o papel dos seus familiares e amigos durante a sua gravidez?


AL: Minha família foi o meu porto seguro em todos os momentos, sempre ao meu lado me apoiando e me ajudando, e meus amigos sempre me aconselharam e se preocuparam com a gestação, dando carinho e conselhos.

L: Meus familiares tiveram um papel importante, principalmente minha irmã mais nova que era de quem eu menos esperava ajuda, porém recebi muita ajuda dela, inclusive dos meus pais e do pai da minha filha, que hoje é meu esposo.



- Ser mãe já é um trabalho difícil, mas qual foi sua maior dificuldade em ser mãe jovem?


AL: Me atrapalhou um pouco nos estudos. Cuidar de casa, filho, amamentação e estudos, foi bastante cansativo, tinha que deixar a bebê com minha mãe para poder estudar.

L: A maior dificuldade em ser mãe jovem é não poder aproveitar a juventude, porque com a maternidade vem a responsabilidade, em ter que adiar meu planos, porque eu sempre quis sair da escola e já fazer faculdade. Mas tudo tem seu ponto positivo, hoje tenho certeza de qual faculdade quero fazer.



- O que vocês gostariam de passar a outras mães jovens sobre a sua experiência? E para as que não são mães?


AL: Nunca deixem os seus sonhos para trás, estudem para dar o melhor pra eles. Essa experiência de gravidez antes do tempo me ensinou muito a valorizar meus estudos e a juventude. E, meninas jovens que não foram mães: se cuidem! Usem preservativos, gravidez antes do tempo atrapalha um pouquinho as nossas vidas.

L: Durante a gravidez é muito difícil, mas quando você vê pela primeira vez o seu filho(a) vai ver que vale a pena e que você aprenderá o verdadeiro amor, mas se precisar de ajuda emocional procure uma ajuda médica, psicológica. Para as que não são mães, aproveitem bem cada segundo da vida, viva para que você possa olhar para trás com orgulho e não com arrependimento, faça tudo bem pensado e precavido, espalhe amor e apoio, estudem e estudem muito, porque eu aprendi como o tempo é valioso, principalmente o tempo "vago" onde você não precisa cuidar de alguém e se preocupar, cuide de si, do seu futuro.



- Acreditam que a gravidez precoce seja resultado da falta de informação aos jovens sobre educação sexual?


AL: A gravidez precoce não foi falta de informação para mim e sim descuido mesmo. Sempre ouvi conselhos da minha mãe, ela sempre me alertou e mostrava o quão difícil era o papel de uma mãe jovem.

L: Não acredito que seja falta de informação (pelo menos aqui no RJ), em todas as favelas existem postos de saúde, com folhetos palestras sobre a vida sexual, inclusive é muito abordado na escola, principalmente no ensino fundamental. Hoje em dia existem muitas formas de precaver a gravidez e sempre deve ser feito com o auxílio de algum médico. Nós não devemos ter um pensamento de que sempre o homem deve ter a camisinha, não é assim. Cuide de você, do seu corpo, você é o seu principal responsável, seus pais não vão estar em todas as horas, então estejam sempre preparadas para quando seu parceiro não levar a camisinha, você também pode levar, tem haver com o cuidado consigo mesmo!


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