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“SALVE, DERCY”: 113 anos da atriz e sua trajetória

  • Foto do escritor: Femme News
    Femme News
  • 23 de jun. de 2020
  • 3 min de leitura

Com seu jeito irreverente, a célebre Dercy Gonçalves conquistou todo o Brasil


Por Larissa Marques

Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Conhecida por seus bordões e por seu jeito espontâneo e artístico em frente às câmeras, Dolores Gonçalves Costa, registrada no dia 23 de junho de 1907, em Santa Maria Madalena no Rio de Janeiro, hoje (23) estaria completando 113 anos de idade. Entretanto, a atriz faleceu aos 101 anos, em julho de 2008. De acordo com boletins da época, Dercy faleceu por consequência de uma pneumonia comunitária grave, que acabou evoluindo para uma insuficiência respiratória.

Certamente, ao falar seu nome, todos irão lembrar das palavras de baixo calão ditos por ela e seu modo divertido em entrevistas, no entanto, o que muitos não sabem é que Dercy passou por várias adversidades durante boa parte de sua vida.

A saber, Dercy era originaria de uma família pobre e do interior do Rio de Janeiro. Filha de uma lavadeira e um alfaiate, Dercy foi abandonada pela mãe muito pequena, após a descoberta de uma traição de seu pai. Ademais, os 7 filhos ficaram aos cuidados do pai, que de acordo com Dercy, era alcoólatra.

Segundo a atriz em entrevista dada à Folha em 2007, disse ter passado por muito preconceito enquanto criança por ser neta de uma mulher negra. “Eu já fui acusada de tudo. Eu era “negrinha", menina de rua, mas nada disso me atingiu porque eu não sabia o que era o mundo. Não tinha nem amigos. Passeava na rua e era perseguida com 7, 10 anos, porque o negro é perseguido há séculos”.

Em entrevista ao programa da Hebe, Dercy contou como foi sua vida e inclusive contou como foi seu relacionamento com Eugênio Pascoal, o qual conheceu ao fugir junto com uma companhia de teatro onde Eugênio fazia parte. Foi nessa entrevista que a atriz falou de como foi sua primeira vez com o primeiro namorado. Ela relata que naquele momento não sabia como iria acontecer, mas que no momento sentiu muita dor e chegou ir à delegacia.

Ainda em seus momentos de vida, a atriz contou sobre a tuberculose que contraiu de Eugênio, e isso fez com que seus tempos de sucesso se interrompessem por um certo tempo. Ainda mais, durante período em que esteve doente, Dercy conheceu Ademar Martins.

Em entrevista ao Pedro Bial em 2018, para relembrar histórias sobre a atriz, Decimar, filha de Dercy Gonçalves e Ademar, que aliás ainda está viva, conta que sua mãe nunca quis acabar com um casamento, visto que Ademar na época era casado. Portanto, ele cuidou dela durante toda a sua doença e somente quando a atriz se curou, eles tiveram um momento juntos . Posteriormente, já com sua filha nascida fruto da amizade com Ademar, Dercy casou-se com Danilo Bastos na década de 40 e ficaram casados por cerca de 20 anos.

Em suma, Dercy Gonçalves deixou sua história marcada. Sendo muito querida por todos, dessa forma em seu velório foram mais de 5 mil pessoas prestigia-la antes de darem o adeus à saudosa atriz, e pelo tamanho de sua popularidade foi decretado luto oficial de três dias pelo estado do Rio Janeiro.

Assim como dizia ela: “Fui sem educação, sem mãe, sem família, fui uma menina criada sozinha, sem nenhuma orientação, e consegui vencer. Isso para mim foi uma glória”.


Foto: Cedoc-Funarte

Carreira marcante de Dercy


Dercy Goncalves desafiou certos padrões impostos na época e muito cedo saiu de casa para tentar uma vida artística, sendo seu início em uma companhia de teatro que passava pela cidade.

Em seu currículo, Dercy carregava grandes trabalhos, sendo em cinema, teatro e televisão. Inegavelmente, a atriz tinha um histórico profissional de peso. Inclusive, ela encontra-se no Guiness Book de 2012 como a atriz com a carreira mais longa do mundo, foram 86 anos produzindo arte.


Dentre alguns dos trabalhos de sua carreira no cinema, estão:

  • Samba em Berlim, 1943;

  • Abacaxi Azul, 1944;

  • Romance Proibido, 1944;

  • Caídos do Céu, 1946;

  • A Baronesa Transviada, 1957;

  • A Grande Vedete, 1958;

  • Nossa Vida Não Cabe Num Opala, 2008;

  • Entre outros.

Dercy atuou também na televisão, no qual em sua maioria ela era apresentadora ou interpretava a si mesma, como:

  • Dercy Beaucoup, 1960;

  • Dercy Espetacular, 1966;

  • Dercy de Verdade, 1967;

  • Fala Dercy, 2000;

  • A Praça é Nossa, 2001;

  • Entre outros.


Sendo um dos nomes do teatro brasileiro na parte de improvisação, ela colecionava também uma vasta lista de interpretação, assim como também na direção e produção das peças teatrais. Algumas delas são:

  • Bomba da Paz, 1953;

  • Valsa dos Toreadores, 1958;

  • Dercy Vem Aí, 1982;

  • Dercy de Cabo a Rabo, 1983;

  • Burlesque, 1990;

  • Bravíssimo, 1991;

  • Dercy, uma Lição de Vida, 1997;

  • Entre outros.



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