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Relembre o que foi a Revolução Cultural Chinesa

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    Femme News
  • 18 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Aniversário de 54 anos de uma das maiores campanhas político-ideológica marcada por reviravoltas sociais do século XX


Por Giovanna De Luca

Foto: Reprodução/Yahoo notícias

Há 54 anos atrás se iniciava a Revolução Cultural Chinesa, também conhecida por Grande Revolução Cultural Proletária. Como se sabe, foi promovida em 1966 e 1976 na República Popular da China. Quem a desencadeou foi Mao Tsé-tung, que liderava o país desde 1949, quando os comunistas assumiram o poder. Insatisfeito com os rumos do sistema que ele mesmo havia implantado, Mao dizia que queria se desvincular do modelo soviético de comunismo, pois para ele era algo cheio de falhas e desigual – enquanto os burocratas do governo viviam num mundo de privilégios e mordomias, o resto da população estava em uma realidade miserável.


Entretanto, vale lembrar que antigos líderes comunistas, estava tentando retirá-lo do comando político pois seu plano de ação política, “Grande Salto Para Frente”, havia fracassado. O projeto do líder combinava incentivo à economia agrária e à criação de uma indústria pesada, porém fracassou e teve como consequência o empobrecimento de boa parte da população.


Diante disso, em 18 de agosto de 1966, durante uma reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCC), Mao oficializou formalmente a Revolução Cultural, tratava-se de uma campanha político-ideológica marcada por reviravoltas sociais. Na teoria tinha como principais objetivos: corrigir o rumo das políticas do PCC, substituir políticos que tivessem pensamentos divergentes do dele, assegurar que a juventude chinesa tivesse uma experiência de revolução inédita e tornar o sistema de saúde, acadêmico e cultural mais justo.


Na prática o projeto acabou sendo algo hegemônico que mobilizou as massas chinesas. Mao fez da Revolução Cultural um contragolpe político, e convocou as Guardas Vermelhas – jovens doutrinados pelo chamado Livro Vermelho para o ajudarem a conquistar seu poder novamente. Tal obra, de autoria dele mesmo, constava todos os deveres e direitos daqueles considerados fiéis à revolução, como por exemplo a perseguição de todos os indivíduos contrários aos ideais da revolução.


De acordo com uma matéria publicada na Super Abril, “O grupo, que chegou a ter 11 milhões de integrantes, iniciou uma onda de vandalismo contra monumentos históricos – que lembravam a antiga cultura chinesa -, perseguiu membros rivais do PCC, professores e pessoas acusadas de serem conservadoras. Logo, os Guardas Vermelhos racharam em várias facções, cada uma julgando ser a verdadeira representante de Mao. Com isso, o grupo foi perdendo sua força aos poucos.”


Mao morreu em 1976 e o sistema repressor da Revolução perdeu seu grande espelho político. Logo em seguida, Deng Xiaoping – que havia sido alvo das Guardas Vermelhas – assumiu o poder. Com ele, foram tomadas as primeiras reformas econômicas que, posteriormente, promoveriam a abertura da economia chinesa.


Para fechar essa análise de aniversário da Revolução Cultural, é importante salientar que o Partido Comunista Chinês se envergonha até hoje desse momento de sua história e afirma que a Revolução Cultural foi um genocídio. Ela assassinou e estuprou em massa, patronizou a população e deu fim ao “eu” dos sobreviventes.


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