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“Quem é Mari Ferrer, mesmo?” — relembre o caso

Blogueira que foi estuprada e utilizava as redes sociais para divulgar atualizações sobre o caso teve a conta do Instagram bloqueada


Por Giovanna De Luca

Foto: Ilustração por Biah Araújo

Ontem (19), Mariana Ferrer compartilhou no Twitter o print de um e-mail enviado pelo Facebook informando que a conta do Instagram dela havia sido bloqueada pelo homem que foi indiciado e denunciado pelas autoridades por estupro de vulnerável”, referindo-se ao empresário André de Camargo Aranha, 43 anos.


“ISSO É INACEITÁVEL. @instagram não basta ser vítima de violência contra mulher, o homem que foi indiciado e denunciado pelas autoridades por estupro de vulnerável entrou na justiça para remover minha conta do Instagram e silenciar a única voz que tenho para lutar por justiça”, escreveu.


Em maio de 2019 Mariana, de 21 anos na época, em busca por apoio e justiça, expôs em um post em suas redes sociais o abuso que havia sofrido publicou uma foto com uma solicitação de exame pericial e uma calcinha manchada de sangue ao lado. O crime ocorreu em dezembro de 2018, a jovem, que foi dopada e teve sua virgindade roubada, estava trabalhando como embaixadora de uma festa no Café de La Musique, um beach club de alto padrão na cidade Florianópolis, Santa Catarina.


O caso de Ferrer, apresenta uma série de evidências claras que apontam o paulistano Aranha como culpado pelo crime e desde 2019 ele foi indiciado por estupro de vulnerável. O acusado, que tem alto poder aquisitivo, não pode ficar fora de São Paulo por mais de 30 dias consecutivos e deve comparecer mensalmente à audiências. Apesar do réu ter insistido que nunca teve contato físico com a vítima, os exames provaram que houve conjunção carnal, isto é, introdução completa ou incompleta do pênis na vagina, ruptura do hímen e ainda identificaram sêmen dele na calcinha dela.


O caso repercutiu muito na mídia pois apesar de todas as provas indicarem que Aranha havia cometido o estupro, a ocorrência segue em aberto. A modelo acusa a Polícia Civil de omissão e de proteger a identidade do autor da violação. Inclusive, no início das investigações, o delegado responsável pelo caso foi afastado ao ser acusado pela jovem de ter entrado na casa dela sem um mandado judicial.


No Instagram, Mariana pressionava as autoridades para que finalizasse o caso e contava as consequências e os traumas deixados pela violência sexual a qual foi exposta. Em fevereiro desde ano, a influenciadora Karol Queiroz fazer uma thread no Twitter explicando o caso em inglês, para trazer visibilidade internacional ao ocorrido com o objetivo de promover agilidade e justiça ao processo. Mas o resultado não foi significativo para a andança do judiciário.

Em junho, Mariana contou que recebeu diversos relatos de casos similares no mesmo estabelecimento e que, com sua influência, irá dar oportunidade a quem não pode denunciar ou não teve a justiça devida. Porém, ela não se manifestou mais acerca do tema.


“Estou com uma equipe de advogadas e estamos reunindo relatos de outras vítimas que já foram dopadas e sofreram algum tipo de abuso dentro do mesmo estabelecimento que fui dopada e violentada. Esse é o momento de quebrar o silêncio feito durante todo esse tempo”, contou.


No início de agosto, o caso de Mariana ganha mais um fator que reafirma a injustiça e a impunidade do processo. Em sua página no Instagram, ela revelou a manipulação utilizada pela defesa do agressor. A blogueira que anteriormente havia imagens de biquíni para uma campanha de produtos de beleza teve suas fotos adulteradas.


“A defesa de forma sórdida e ardilosa protocolou dentro do processo fotos manipuladas como se eu estivesse nua (nunca fotografei assim) e anexou junto um site indevido fazendo correlação ao produto de skincare que já divulguei como influenciadora juntamente das imagens deturpadas. Se caso fosse real eu poderia ser DOPADA E ESTUPRADA? Justificaria um crime hediondo? Cometeram contra mim ASSÉDIO MORAL e PERJÚRIO durante minha oitiva. O advogado do réu ousou em dizer “muito bonita por sinal muito sensual” fui constrangida, acuada, humilhada e desrespeitada”, relatou.


Quinze dias após a modelo ter feito a publicação, o Instagram dela foi retirado do ar. Com isso, o nome da jovem acabou sendo um dos mais comentados nas redes sociais na tarde de ontem (19). A hashtag #JUSTIÇAPORMARIFERRERestá sendo utilizada para expressar indignação acerca dos fatos. Relembrando os relatos da modelo, internautas pedem para o cancelamento da liminar que retirou o perfil de Mariana do ar. 


1 comentário

1 Comment


juliabelloube
Aug 20, 2020

👏🏼👏🏼👏🏼

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