A escassez do IFA, deve-se ao atraso da liberação de exportação pelo governo chinês
O Instituto Butantan suspendeu hoje (14) a produção do imunizante CoronaVac, responsável por cerca de 70% dos imunizantes utilizados no Plano Nacional de Imunização (PNI) até o momento. A paralisação deve-se à falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), em decorrência da não liberação de exportação dos insumos pelo governo chinês até ontem, 13 de maio, prazo anteriormente estipulado para a liberação.
Segundo declaração do Governador do Estado de SP João Dória (PSDB), o atraso na liberação dos 10 mil litros do insumo parados na China tem relação com os recentes ataques realizados pelo Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao país responsável pelo fornecimento de insumos não somente ao Instituto Butantan, mas também à Fiocruz.
O governo do Estado de SP tem se reunido com o embaixador do Brasil na China para viabilizar a autorização para a exportação dos insumos, mas até o momento não há previsão para regularização das exportações e retomada da produção no Instituto Butantan. Esta situação põe em risco a aplicação de segundas doses em todo o país, pois mesmo com a disponibilidade de outras vacinas, a aplicação de segunda dose de laboratório diferente da primeira não é recomendada por não ter sua eficácia comprovada.
O Presidente do Instituto Butantan por sua vez afirma que "Se o IFA chegar muito rapidamente, vamos recuperar o cronograma de maio e cumprir o cronograma de junho", e ressaltou ainda que não há problemas entre Sinovac e o Butantan. Os 10 mil litros de insumos em atraso, correspondem a aproximadamente 18 milhões de doses da CoronaVac, referente às entregas previstas para maio e junho ao PNI.
O Ministro da Saúde Marcelo Queiroga atribui o atraso à questões contratuais entre o Laboratório Sinovac e o Butantan, e cita que a Fiocruz recebeu no último dia 24 de abril 364 litros de IFA, e que para maio estão previstos outros dois lote para os dias 22 e 29.
O Instituto Butantan por sua vez, recebeu 3 mil litros de IFA em 19/4, com os quais foram entregues hoje pela manhã mais 1,1 milhões de doses do imunizante ao PNI, sendo a primeira parte do segundo contrato com o Governo Federal que prevê o fornecimento de 54 milhões de doses, além das primeiras 46 milhões de doses entregues até 12/5.
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