Primeira viagem do homem à Lua completa 51 anos
- Femme News
- 20 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Um dos marcos do século XX aconteceu em 20 de julho de 1969
Por Clara Maria Lino

“Um pequeno passo para o Homem. Um passo gigantesco para a Humanidade.” A frase dita pelo astronauta, engenheiro espacial, aviador naval, piloto de teste e professor norte-americano define o que foi o Projeto Apollo 11 e a primeira chegada do Homem à Lua em 20 de julho de 1969. De certa forma também descreve o que foi a década de 1960 para os estudos espaciais. Hoje esta data completa 51 anos e fica para nós o questionamento do avanço do progresso científico ligado à política.
Antes de pisar na Lua, o mundo viu o cosmonauta soviético Yuri Gagarin chegar ao espaço pela primeira vez na História em 1961. Dois anos depois, em 16 de junho de 1963, a russa paraquedista Valentina Tereshkova realizou o mesmo feito. Em 1965, a primeira caminhada espacial foi realizada pelo cosmonauta soviético Alexei Leonov.
De acordo com a historiadora Juliana Bezerra de Menezes, tudo isto em um período curto de tempo tinha como foco a disputa política entre duas potências mundiais (Estados Unidos e União Soviética) que usavam a conquista espacial para fazer propagandas sobre os benefícios dos seus respectivos sistemas políticos (capitalismo e socialismo).
“Os soviéticos mandaram o primeiro homem a sobrevoar o espaço, o cosmonauta Yuri Gagarin. Sentindo que ficavam para trás na corrida espacial, o presidente americano John Kennedy lança o desafio de pousar na Lua antes do final da década de 1960,” disse a historiadora mestra em América Latina e União Europeia.
Ainda segundo a professora Juliana, outro demonstrativo desta disputa política encontra-se na viagem ao espaço da primeira mulher, a Valentina Tereshkova, como já citado aqui.
“Até hoje, Valentina continua sendo a primeira e a única mulher a chegar ao espaço sozinha. Permaneceu em órbita por quase três dias e seu feito foi amplamente publicitado dentro do ambiente da Guerra Fria. Valentina era uma operária de uma fábrica têxtil e paraquedista. Foi selecionada pelo programa espacial soviético que planejava mandar outra pessoa ao espaço depois de Yuri Gagarin tê-lo conseguido em 1961. Além do objetivo militar, a ida de Valentina ao espaço promovia a igualdade entre os gêneros e classes. Deste modo, se mostrava a superioridade do socialismo sobre o capitalismo. Após o fim da URSS, Valentina tornou-se deputada na assembleia russa (Duma) e segue ativa dando conferências sobre sua viagem espacial”, completa a historiadora.
Outro caso de mulheres no espaço só foi registrado no ano passado. Pela 1ª vez na história, mulheres astronautas fizeram a caminhada no espaço. A engenheira e astronauta norte-americana Christina Hammock e a fisiologista e também astronauta norte-americana Jessica Ulrika Meir substituíram uma unidade de bateria que parou de funcionar. O momento histórico foi comemorado na Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos.
Cinquenta e um anos depois da chegada de Neil Armstrong, autor da frase dita durante a viagem para o único satélite da Terra, e Buzz Aldrin descobrimos que existe água na Lua e em Marte, que há os chamados exoplanetas (planetas que se encontram em órbita de outras estrelas que não sejam o Sistema Solar), que Plutão não é um planeta, que as sondas criadas pelos seres humanos podem cruzar os limites do Sistema Solar e entrar no espaço interestelar como aconteceu com as sondas Voyager 1 e Voyager 2 em 1977 e que a união dos países mantêm uma Estação Espacial Internacional ativa. Sobre os exoplanetas, até 2019, a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) encontrou mais de 4000 exoplanetas e mais de 3000 sistemas planetários.
O feito ao qual comemoramos hoje foi o pontapé inicial para que todas as outras conquistas fossem possibilitadas e teve um investimento técnico-científico de US$22 bilhões envolvendo cerca de 100 mil pessoas. Além de Armstrong e Aldrin, o astronauta norte-americano Michael Collins atuou como terceiro membro deste time. Ele foi piloto do módulo de comando e serviço durante a Apollo 11 e trabalhou em órbita dando suporte aos companheiros.
Na Lua, segundo a historiadora Juliana Bezerra de Menezes, Aldrin se juntaria ao colega Armstrong dez minutos depois de pisar no satélite da Terra, fincaram a bandeira americana, o distintivo da missão, as medalhas dos falecidos cosmonautas soviéticos Yuri Gagarin e Vladmir Komarov, recolheram pedras e o pó da Lua. Além disso, instalaram um sismógrafo, um refletor de raios laser, uma antena de comunicação, um painel para o estudo dos ventos solares e uma câmera de TV. Estes objetos funcionaram durante cinco semanas.
Há exatos oito dias, três horas e 18 minutos após o lançamento da Apollo 11 em 24 de julho, a nave espacial mergulhou no Oceano Pacífico Sul, na altura da Polinésia, na Oceania. O trio ficou em quarentena durante três semanas para assegurar que não traziam nenhum corpo estranho que posse em risco a população mundial.
Esta reportagem tem a colaboração da Professora Mestre em História da América Latina e União Europeia Juliana Bezerra de Menezes e o portal Toda Matéria.
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