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Primeira vacina russa contra o novo coronavírus é registrada e já causa desconfianças

Diante de uma produção em massa em uma data recorde e com informações incompletas, especialistas ficam desacreditados da eficiência da nova vacina


Por Ana Modesto

Foto: Igor Onuchic/Agência Tass

Nesta terça-feira (11), o presidente Vladimir Putin anuncia que o ministério da Saúde russo já possui o registro e a aprovação da até então primeira vacina do mundo contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou. Porém, a grande rapidez, com apenas 2 meses de testes em humanos e escassez de informações, preocupa especialistas de sua verdadeira eficiência.


A expectativa para a produção em massa das doses é que comecem já no mês que vem e previsão para início de circulação em 1 de Janeiro de 2021.


De acordo com o governo russo os primeiros a receberem a vacina serão os profissionais de saúde e professores, a partir do final de agosto ou início de setembro e a população russa já em outubro.


No entanto, o próprio Putin teria dito que uma de suas filhas já estaria bem e imunizada com a nova vacina, o que segundo suas próprias palavras:


"Depois da primeira injeção, a temperatura dela foi a 38ºC. No dia seguinte, em torno de 37ºC. Após a segunda injeção, a temperatura ficou um pouco mais alta, mas foi isso, depois voltou ao normal. Agora ela se sente bem."


Apesar da boa notícia e otimismo por parte do governo, nem todos se encontram tão seguros quanto a essa nova vacina e isso é perceptível diante de tweet do correspondente de Moscou do Financial Times, Max Seddon, que publicou em sua conta no twitter:

Foto: Reprodução/Twitter

A Rússia não é o único país em busca de vacinas para a cura do novo coronavírus, junto com ele, países como a China, Estados Unidos e Inglaterra já possuem vacinas que poderão ser funcionais no futuro, mas nenhum delas tem perspectivas de conseguir sua produção em menos do que 6 meses, o que coloca a Rússia em linha de frente na busca pela cura da Covid-19, como também o coloca em uma situação de descrédito pois mesmo sendo a primeira vacina em produção no mundo, muitas informações ainda não foram totalmente esclarecidas.


Para a bióloga Natália Pasternak, pesquisadora do ICB-USP e presidente do Instituto Questão de Ciência essa pressa e falta de transparência perante a criação da nova vacina não é bem vista pela área científica e ainda declara:


"Todas as vacinas sérias feitas por empresas e universidades de renome estão comprometidas com a transparência. Isso não foi feito com a vacina da Rússia, que, para nós, cientistas, não existe. Não sabemos nada sobre ela, qual é a tecnologia empregada, os resultados da fase pré-clínica. Não foi feita uma publicação". As fases da qual Natália fala são todas as etapas necessárias para que uma vacina possa ser produzida e são essas:

Foto: Reprodução/Femme News

Diante de todas as críticas e descréditos dados a nova vacina russa, Putin se pronuncia relatando que a Sputnik V já tenha passado por todas as etapas de controle, e que espera que isso não seja um obstáculo para ser comprada e produzidas em outros países, e confirma esse pensamento mediante falas:


"Eu sei que ela funciona de maneira bastante eficaz, formando uma imunidade estável"


"Somos os primeiros a registrá-la. Espero que o trabalho dos nossos colegas estrangeiros também se desenvolva, e muitos produtos vão aparecer no mercado internacional."


O Presidente Filipino, Rodrigo Duterte agradece e elogia a Rússia por disponibilizar a nova vacina "gratuitamente' no país e como para aliviar os rumores negativos diz que será "o primeiro que eles possam experimentar" em um evento aberto ao público. E ainda completa em um dos seus discursos televisionados:


"Quando a vacina chegar, vou injetá-la publicamente. Faça experiências comigo, tudo bem. Se funcionar comigo, funcionará com todos". Mas onde está o Brasil nisso tudo?


Já está certo que nesta quarta-feira (12) o Brasil, mais precisamente o estado do Paraná e a Rússia, terão um acordo. O combinado será um convênio com a estatal russa para a produção da nova vacina Sputnik V, onde o estado poderá produzir e distribuir a vacina como também realizar testes. Em seguida a assinatura do acordo, ocorrerá o compartilhamento do protocolo russo com a Anvisa, para que a agência possa liberar todas as etapas. Porém ainda não há informações sobre possíveis datas para seu início, justamente porque essa é uma ação dependente da liberação da Anvisa.



Fontes: G1, CNN



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