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Foto do escritorNatasha Sioli

Primeira “Pride House” do Japão é inaugurada em tradição das Olímpiadas

Estima-se que o centro de convivência possa permanecer de forma definitiva em apoio a comunidade LGBTQ


Foto: Philip Fong/AFP

Foi inaugurado no último domingo (11) o primeiro centro de convivência para a comunidade LGBTQ em Tóquio, no Japão. A "Pride House" (Casa do Orgulho) possui o mesmo intuito que as outras feitas temporariamente durante as Olimpíadas passadas e espera-se que o centro de convivência do Japão se estabeleça de forma permanente, como um meio de combate ao preconceito, para oferecer ajuda as vítimas de assédio ou discriminação.


"O Japão, tanto no meio esportivo quanto na sociedade, assim como nas escolas e locais de trabalho, não é muito receptivo às pessoas LGBTQ e é difícil sair do armário", relatou a chefe do projeto que originou a Pride House, Gon Matsunaka. Atualmente, o Japão é o único país do G7 que não reconhece a união de casais do mesmo sexo, apesar das religiões serem um tanto quanto flexíveis em relação a homossexualidade, a falta do reconhecimento da união gera algumas dificuldades para aqueles que procuram morar juntos ou que possam ser visitantes nos hospitais.


A primeira Pride House surgiu durante os Jogos de Inverno de Vancouver em 2010, no Canadá, com inspiração na tradição de pavilhões olímpicos para atletas e público, após essa outros centros surgiram de forma temporária durante os Jogos Olímpicos de Londres 2012, no Rio-2016 e nos Jogos da Commonwealth. Apesar de ter sido criado como uma tradição das últimas Olimpíadas, o centro em Tóquio pode ser "uma conquista que pode mudar as coisas para a comunidade LGBTQ dentro da sociedade japonesa", afirma Matsunaka.


Entre os fundadores da Pride House está o atleta Fumino Sugiyama, 39 anos, que antes de s tornar um homem trans fazia parte da equipe nacional de esgrima feminina. "Quando eu praticava esgrima era impensável sair do armário no mundo do esporte, pois era um ambiente particularmente homofóbico. Fiquei dividido entre praticar o esporte que adoro, não ser capaz de ser eu mesmo e ser eu mesmo e desistir da esgrima", relata o atleta.


Mesmo tendo diversas empresas e universidades que mudaram suas regras em apoio à proteção da comunidade LGBTQ, o governo ainda se mostra relutante em reconhecer o casamento entre as pessoas do mesmo sexo, além da Suprema Corte do Japão ter ratificado, no ano passado, uma lei de 2004 onde é exigido que pessoas trans tenham que ser esterilizadas caso queiram que sua identidade sexual seja legalmente reconhecida.


É um processo longo e com muitas dificuldades, mas Sugiyama afirma que a permanência da Pride House de Tóquio é de extrema importância, já que "as pessoas LGBTQ enfrentam dificuldades ou problemas sérios a cada hora, 365 dias por ano", mesmo que a sociedade tenha mudado bastante e que a quantidade de aliados à comunidade continue aumentando.


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