Prefeito do Rio informa que nada foi decidido ainda sobre o réveillon e o carnaval do Rio

Em entrevista, Marcelo Crivella informou que haverá uma pesquisa com a população para saber o que estes acham sobre a permanência ou não da festividade na cidade. “É muito recente a mágoa, a tristeza, então estamos aguardando”, disse o prefeito

Por Natasha Silveira

Foto: Gabriel Monteiro/SECOM

Nesta segunda-feira (27), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, informou que ainda não há nada definido a respeito das festas de réveillon e de carnaval no estado do Rio de Janeiro, mesmo em meio à pandemia da Covid-19. Crivella afirmou que está sendo realizado o estudo de uma pesquisa de opinião com a população para saber se concordam com a realização das festas ou não.

O prefeito já tinha informado neste fim de semana que o réveillon permanece mantido, mas poderá sofrer algumas adaptações para seguir com a nova realidade. A empresa de turismo do cidade, a Riotur, informou por meio de nota divulgada que "jamais divulgou qualquer informação sobre cancelamento do réveillon." De acordo com a nota, "neste cenário, onde ainda não temos uma vacina, a Riotur estuda modelos para a virada de 2020 para 2021, que em breve serão apresentados ao Prefeito Marcelo Crivella e ao gabinete científico."

Nesta mesma nota, a prefeitura ressaltou que "a construção desse modelo alternativo ao réveillon tradicional vem sendo conversa, constantemente, com Alfredo Lopes, presidente do Hotéis Rio e do Conselho Deliberativo da ABIH-RJ." Na semana passada, a prefeitura havia dito que seria "inviável" realizar a festa de fim de ano nos modos tradicionais, entretanto, o prefeito modificou sua decisão e afirmou que o evento precisará ser remodelado caso ainda não chegue a tempo a vacina para conter a doença causada pelo novo coronavírus.

Em entrevista coletiva nesta segunda, Crivella ressaltou que os dados demonstram que as mortes de julho deste ano na cidade são menores do que as do mesmo mês no ano passado, mesmo durante a pandemia. O prefeito utilizou os dados como exemplo para definir as decisões que serão tomadas pela prefeitura, segundo os dados até o dia 26 de julho de 2019 foram registrados 4.625 sepultamentos, nessa mesma data de julho de 2020 foram registrados 4.541.

O prefeito disse que não sabe se a população se sente preparada e bem "na alma e no espírito" para festejar depois de haver tantas mortes, mas existe previsão de mudança e que a vida deverá continuar. "Se zerar tudo, se continuar sepultando menos do que no ano passado, falaremos: caramba, perdemos muita gente, mas aprendemos uma melhor forma de viver. Vou consultar a população, nesse momento a gente está tonto", relatou em entrevista.

A Riotur também informou que o presidente Fabrício Villa Flor de Carvalho, em exercício na empresa, está fazendo reuniões virtuais com o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, para discutir sobre o carnaval de 2021. Em nota divulgada, a empresa esclareceu "Como resultado dessa tratativas, a Riotur atendeu ao pedido da Liesa e não abriu a venda de ingressos para o setor turístico do Sambódromo."

A discussão sobre a realização ou não do carnaval será realizada no mês de setembro, onde ocorrerá o encontro das escolas de Samba do Rio. As escolas de samba do Grupo Especial e os representantes da Liga Independente (Liesa) já haviam se reunido no dia 14 de julho e as decisões foram unânimes no mesmo ponto: não pode haver desfile enquanto não houver uma vacina contra o novo coronavírus.