Polícia carioca investiga homens que postaram vídeos de mulheres praticando ioga

"O que antes era minha paz, agora é violência. Virei filme pornô", afirmou vítima

Por Ana Luiza Couto

Foto: Reprodução/Internet

Enquanto praticavam acrobacias de ioga às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do RJ, a advogada Mariana Maduro e sua amiga tiveram suas imagens gravadas e postadas na internet por dois homens, onde os mesmos faziam gestos de caráter sexual enquanto filmavam com o celular. Após tamanha repercussão, as publicações foram apagadas.

Ricardo Roriz foi o responsável pelo registro e um homem identificado como Celsão foi o comparsa do ato. No vídeo, pode-se ouvir frases como: "Eu gosto para blau, blau, blau.", enquanto fazia gestos obscenos. Ricardo ainda ordenou durante as gravações que o amigo fosse disfarçadamente olhar para as mulheres enquanto fingia que estava pegando água.

Em entrevista para o veículo G1, a advogada declarou que se sentiu muito abalada psicologicamente quando teve ciência de que vídeos daquela natureza estavam circulando em redes sociais com mais de 300 mil seguidores. Mariana chegou a afirmar que não conseguia parar de vomitar. “Quando eu cliquei, eu só comecei a vomitar, não conseguia parar de vomitar. A cena é muito grotesca, muito violenta. Vendo aquilo, os comentários. [...] Eu compartilhei com minha amiga e ela também ficou assustada”.

Foi prestado um depoimento contra os dois indivíduos na esfera cível e criminal. O registro foi realizado na 12ª DP, em Copacabana, por perturbação da tranquilidade. A delegada Valéria Aragão, responsável pelo caso, afirmou que os dois criminosos já foram identificados e receberam a intimação para prestarem depoimento.

“Eu não vou voltar a fazer ioga nunca mais. Não quero mais. Eu estou associando isso à violência. O que antes era a minha paz, agora é violência. Me foi tirada a minha paz de tudo, era meu escape. Quando eu entrei em depressão na pandemia, que eu estava sozinha, sem ninguém, todo mundo ficando doente, meus pais são médicos e tinha terror de perder eles ao mesmo tempo, foi o ioga que me tirou disso”, disse em entrevista ao G1. Mariana afirma que não conseguia dormir e que, o que era pra ser uma simples prática de esporte, "virou um filme pornô".