Plebiscito histórico no Chile põe fim a era de Pinochet

Chilenos votam a favor de reformular a Constituição vigente

Reprodução: Carta Capital

Neste domingo (25), os chilenos decidiram por meio de um plebiscito substituir a atual Constituição, elaborada durante o regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990). Com quase 100% dos votos apurados, 78% dos cidadãos apoiaram à elaboração de uma nova Carta Magna para o país. Ainda, 79% defende que o texto seja formulado por uma comissão que será eleita futuramente.

O plebiscito estava previsto para o primeiro semestre, mas devido a pandemia do novo coronavírus o pleito foi adiado. Mesmo com os casos de covid-19 em alta, os movimentos sociais continuaram pressionando a classe política para que os cidadãos fossem às urnas. Diante disso, como medida de prevenção, os eleitores tiveram que, além de usar máscaras, levar as próprias canetas para registrar o voto.

O presidente, Sebastián Piñera, descreveu o que aconteceu ontem como: “Um triunfo da cidadania e da democracia”. Ele ainda lembrou que uma constituição nunca “parte do zero”.

Sebástian Piñera, presidente do Chile, votando sobre a nova Constituição do país – Reprodução: G1

Além de Piñera, os cidadãos também consideraram o feito de ontem memorável, tanto que as ruas de Santiago, Valparaíso e outras cidades ficaram cheias de chilenos vitoriosos. A emblemática Plaza Italia, considerada palco de lutas políticas na capital, teve fogos de artifício, batucadas e muita gritaria. Enquanto isso no gigantesco edifício da Telefónica, foi projetada a mensagem "Renascido", em um aceno ao que simbolicamente significa enterrar o marco legal do regime.

Praça Itália neste domingo – Foto: Ivan Alvarado/Reuters