As empresas aguardam por autorização para o uso emergencial da vacina nos Estados Unidos
Foi anunciado nesta segunda-feira (9) pela farmacêutica americana Pfizer, junto ao laboratório BioNTech, que sua vacina experimental apresentou mais de 90% em eficácia na prevenção contra a Covid-19. Até o momento, disseram que não houve nenhuma grande preocupação com a segurança e aguardam pela autorização para o uso de emergência nos EUA, se possível, este mês. Os fabricantes foram os primeiros a apresentar bons resultados no ensaio clínico de uma vacina contra o coronavírus.
"Hoje é um grande dia para a ciência e a humanidade. Estamos alcançando este marco crítico em nosso programa de desenvolvimento de vacinas em um momento em que o mundo mais precisa, com taxas de infecção atingindo novos recordes, hospitais quase excedendo a capacidade e economias lutando para reabrir", disse o presidente e executivo-chefe da Pfizer, ALbert Bourla, em seu comunicado.
A eficácia da vacina ocorreu depois de sete dias em que efetuaram a segunda dose e depois de 28 dias da primeira dose, ela também está sendo testada no Brasil junto com as outras da AstraZeneca de Oxford, dos EUA, Johnson & Johnson, do Reino Unido, e a Sinovac Biotech, da China. Caso seja autorizada, o número de doses da vacina terá que ser limitado. Por enquanto, ainda existem outras questões a respeito, principalmente sobre a estimativa de tempo que a vacina poderá proteger contra o vírus.
"Estou quase em êxtase. Este é um grande dia para a saúde pública e para o potencial de nos tirar a todos das circunstâncias em que estamos agora", afirmou Bill Gruber, um dos cientistas responsáveis pela vacina da Pfizer. A empresa espera conseguir autorização para o uso emergencial nos Estados Unidos para pessoas com idade entre 16 a 85 anos, porém, para isso é preciso que tenha uma coleta de dados de segurança a respeito dos 44 mil participantes da pesquisa, durante o período de dois meses.
Apesar de não apresentar dados detalhados, a pesquisa demonstrou que os 90% de eficácia da vacina representam cerca de 8 das 94 pessoas que contraíram Covid-19 e tomaram a vacina, sendo injetada duas vezes durante três semanas. Segundo a empresa, o estudo continuará sendo feito até que atinjam 164 casos de Covid-19 entre os participantes para confirmar a real eficácia da vacina, com 9,9 milhões de casos já registrados no país, a pesquisa pode alcançar o número desejado até o mês de dezembro. Em comparação com os 50% exigidos pela Food and Drug Administration dos EUA, a taxa de eficácia já está acima do recomendado para uma vacina contra o coronavírus.
Em entrevista à Reuters, o presidente-executivo da BioNTech, Ugur Sahin, disse que está otimista de que o efeito imunizante da vacina pode durar até um ano, entretanto, a duração da proteção ainda não foi confirmada. Já o especialista em doenças infecciosas da Escola de Medicina da Vanderbilt University, em Nashville (EUA), William Schaffner, afirmou que os dados de eficácia são "realmente impressionantes" e que aparenta estar "melhor do que muitos de nós antecipávamos". "O estudo não foi concluído ainda, no entanto o dado parece bem sólido", complementou o especialista.
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