PF prende secretário de Transportes de SP e pesquisador da Fiocruz em operação de desvios na Saúde
- Femme News
- 6 de ago. de 2020
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A Secretaria de Transportes Metropolitanos de SP emitiu uma nota dizendo que "a operação não tem relação com a atual gestão do Governo de São Paulo"
Por Natasha Silveira

Na manhã desta quinta-feira (6), a Polícia federal realizou uma operação sobre fraudes cometidas na Saúde e prendeu o ex-ministro e atual secretário estadual de Transportes Metropolitanos de SP, Alexandre Baldy e também um pesquisador da Fiocruz, Guilherme Franco Netto. As prisões serão temporárias, ficarão presos por 5 dias, mas este prazo poderá ser prorrogado por mais 5 dias.
Foram expedidos 6 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em Petrópolis (RJ), São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Goiânia e Brasília, todos pelo juiz federal Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal do RJ. A operação realizada nesta quinta faz parte do processo das investigações feitas pelas operações Fatura Exposta, Calicute e SOS. Os suspeitos irão responder pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
As prisões foram feitas pela Operação Dardanários, que mira os desvios feitos na Saúde no estado do Rio de Janeiro e de São Paulo, e que também envolve órgãos federais. A PF informou que foi feita a identificação de "conluio entre empresários e agentes públicos, que tinham por finalidade contratações dirigidas". Em Brasília, Baldy mantinha R$ 90 mil em espécie guardado em cofres, que foram apreendidos pela PF. De acordo com as informações do analista Igor Gadelha, a PF também foi ao gabinete de Baldy na Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, na capital paulista.

O secretário é responsável, atualmente, pelo metrô paulista e pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. A PF ainda não informou em que período ocorreu as irregularidades cometidas pelo secretário e nem qual foi a participação do pesquisador da Fiocruz, Guilherme Franco Netto. O G1 tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa do secretário e a assessoria do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, mas ainda não obteve contato.
O pesquisador Guilherme Franco Netto foi preso em Petrópolis, Região Serrana do RJ, e esteve no cargo de diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, entre o ano de 2007 a 2013. Uma terceira pessoa também foi alvo de mandado de prisão e teria trabalhado com Baldy em Brasília e em São Paulo, mas a PF ainda não conseguiu localizá-lo e não divulgou o nome, de acordo com informações fornecidas pela GloboNews.
A investigação contra Baldy se iniciou a partir de uma delação premiada dos ex-diretores da Pró-Saúde e assim se descobriu o pagamento de vantagens indevidas para que algumas pessoas pudessem sair a favor do grupo. Para facilitar o pagamento, as pessoas envolvidas utilizavam a sede da PróSaúde como um esquema de "caixa 2" e superfaturavam os contratos, que eram custeados pelos repasses realizados pelo estado do Rio. Segundo a MPF, eles obtinham cerca de 50% do faturamento nacional da organização, valor que foi de R$ 750 milhões em 2013 para R$ 1 bilhão em 2014 e R$ 1,5 bilhão em 2015.
Segundo dados apurados pela TV Globo, entre os contratos que estão sendo investigados, consta o de Organizações Sociais (OSs) com o Hospital de Urgência da Região sudoeste Dr. Albanir Faleiros Machado (Hurso), em Goiás, com a Junta Comercial Goiana e com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa/Fiocruz). De acordo com as investigações, o secretário Alexandre Baldy fez uso da sua influência nos dois cargos para fazer a intermediação dos contratos, onde ganharia um percentual e teria oferecido algumas vantagens para que um colaborador não falasse sobre o esquema.
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