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Pantanal registra em agosto segundo maior número de queimadas desde início das medições

O principal fator é a estiagem: a região enfrenta o maior período de seca em 47 anos.


Por Jéssica Mesquita


Foto: MATO GROSSO FIREFIGHTERS DEPARTMENT / AFP

O Pantanal teve o segundo maior número de queimadas de sua história em agosto, desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram 5.935 focos de calor detectados de 1º a 31 de agosto. O ano com maior número foi 2005, com 5.993 registros no mês. Em relação a agosto do ano passado, o aumento foi de 3 vezes maior neste ano.


No mês de junho, o bioma que está presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, havia registrado o mês com o maior número de queimadas desde o início das pesquisas do Inep. O mês representa o início da temporada de queimadas no bioma, se estendendo até setembro.


Felipe Augusto Dias, diretor-executivo da ONG SOS Pantanal, em Campo Grande, afirma que ações humanas são a origem dos focos de incêndio. E diz que a equipe do Prevfogo, do Ibama, que trabalha para apagar as queimadas na região, credita 99% de que o fogo tem o mesmo motivo.


"A gente não pode afirmar que é algo criminoso, mas que tem origem humana, tem. Você faz uma fogueira para queimar resíduos de folhas. Se você não cuidar, e mesmo cuidando, o vento pode levar uma fagulha longe e essa fagulha rapidamente faz um grande incêndio", diz.


Dias analisa que o principal fator que contribui para o aumento dos focos de incêndio é a estiagem. A região enfrenta o maior período de seca em 47 anos.


Nesta época do ano, a região vive um período seco e mesmo em janeiro, a estação úmida, o nível de chuva foi baixo e mal distribuído ao longo do mês, o que prejudica o bioma visto que depois de um longo período de seca a chuva não foi o suficiente para encharcar o solo.


Com menor área inundada do bioma, que é a maior planície alagada do mundo, há áreas mais suscetíveis a queimadas. O vento, combinado com o tempo seco, contribui para o alastramento dos incêndios.


“O Pantanal é uma região que, não tendo água que venha de fora dele, da parte alta do planalto, ele não inunda. Os índices de chuva na planície são baixos – a maior parte da água vem de fora da planície. Tem níveis ali no centro da planície que chegam a níveis de precipitação do semiárido", explica Dias.


A maior parte das chuvas acontece na cabeceiras (parte superior, perto da nascente) dos rios, principalmente do rio Paraguai, diz o diretor da ONG. Entre 60% e 70% da precipitação vem do norte de Mato Grosso.


Neste ano, isso não aconteceu. Para o diretor, resta saber se a tendência será contínua ou se apenas vista em 2020.


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