Além de Francisco Araújo, foram emitidos outros seis mandados de prisão, mas um ainda está foragido
Por Natasha Silveira
Na manhã desta terça-feira (25), foi preso o Secretário de Saúde do Distrito Federal, Francisco Araújo, pela operação do MP-DFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios). Além da prisão do Secretário de Saúde, outros seis mandados de prisão e 44 de busca e apreensão estão sendo cumpridos em outros seis estados do país pela Operação Falso Negativo, que investiga irregularidades cometidas na compra dos testes para a Covid-19. De acordo com a CNN, Araújo foi preso em seu apartamento na região Noroeste de Brasília.
Francisco Araújo assumiu o cargo no mês de março, logo quando se iniciou a pandemia do novo coronavírus, com a nomeação feita pelo governador Ibaneis Rocha e substituindo Osnei Okumoto. Também foi credenciado a assumir como diretor do Iges-DF (Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal).
Entre os crimes investigados pela operação, estão os crimes de fraude à licitação, crime contra a economia, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Essas investigações estão sendo centralizadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e de acordo com eles, o prejuízo causado por essas irregularidades realizadas pela Saúde do Distrito Federal podem chegar a um total de até R$ 18 milhões para os cofres públicos.
Segundo as apurações feitas pelo Gaeco e pela Procuradoria-Geral de Justiça do MPDFT, os testes comprados apresentaram baixa qualidade do equipamento, podendo ocorrer falsos resultados de negativo para o vírus. Durante a primeira fase da operação, a Secretaria de Saúde havia emitido uma nota alegando que "todos os testes rápidos adquiridos pela SES tem registro na Anvisa e parâmetros de qualidade compatíveis com o seu uso em saúde pública" e que o preço baixo dos materiais foi "pelo menor preço ofertado pelas empresas participantes no processo de compra, não havendo, portanto, nenhum dano ao erário".
Em nota emitida, a Ordem Dos Advogados do Brasil seccional do Distrito Federal (OAB-DF) informou: "A OAB-DF acompanha a segunda fase da Operação Falso Negativo, que investiga suposta prática de irregularidades na compra de testes de covid-19 e, caso venham a ser confirmadas as suspeitas, considera prioritária a desarticulação do esquema, sobretudo, em meio ao dramático cenário de pandemia que vivemos. A operação foi encabeçada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Os órgãos investigam fraude e superfaturamento na compra de testes para covid-19."
Os outros presos pela operação, são o ex-secretário adjunto de Assistência à Saúde do DF, Ricardo Tavares Mendes, o subsecretário de Vigilância à Saúde do DF, Eduardo Hage Carmo, o secretário adjunto de Gestão em Saúde do DF, Eduardo Seara Machado Pojo do Rego, o diretor do Laboratório Central do DF, Jorge Antônio Chamon Júnior, e o assessor especial da Secretaria de Saúde do DF, Ramon Santana Lopes Azevedo.
Existe ainda um outro mandado de prisão contra Iohan Andrade Struck, subsecretário de Administração Geral da Secretaria de Saúde, mas os investigadores o consideram como um foragido por ainda não ter sido encontrado.
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