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Nova gasolina entra em vigor nesta segunda-feira (03)

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    Femme News
  • 3 de ago. de 2020
  • 4 min de leitura

Veja o que muda


Por Clara Maria Lino

Etanol não sofre modificações. Foto: Reprodução/Internet

A partir desta segunda-feira (03) entra em vigor no Brasil as novas especificações para produção de gasolina. O novo padrão promete mais qualidade, mais proteção aos motores, possibilidade de maior redução de consumo, dificuldades em fraudes e mais facilidade na fiscalização além de um produto com maior concordância com o meio ambiente.


De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a antiga gasolina pode ser entregue nas distribuidoras até dia 3 de outubro de 2020 e vendida nos postos até dia 3 de novembro de 2020, mas a Petrobras, responsável pela produção de 90% da gasolina no país, afirma que já segue os novos padrões desde o início deste ano.


“A Petrobras já está produzindo em suas refinarias e comercializando aos distribuidores a gasolina com octanagem RON 93, que será obrigatória no Brasil apenas em 2022, de acordo com a nova regulamentação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)”, afirma em nota a Petrobras.


A Resolução da ANP nº 807/2020 estabelece uma massa específica com densidade mínima de 715 kg/m³, ou seja, cada litro de gasolina deve pesar 715 gramas. Além disso, a agência vai exigir uma octanagem mínima de 92 RON (Research Octane Number) para este ano e até 2022 uma octanagem mínima de 93 RON.


A octanagem ou índice de octano é o nível de resistência do combustível com relação à compressão do motor. O dado informa qual a resistência de detonação de uma mistura de gasolina com ar quando a vela solta a faísca que produz uma explosão. O processo é utilizado junto ao MON (Motor Octane Number), requisito já considerado como parâmetro para a ANP.


Além disso, a ANP reafirma a dificuldade de fraudes na gasolina através do combate do uso de solventes e naftas com baixa qualidade. Com todas as mudanças citadas, o ganho de rendimento previsto é de 5% em média, mas esse número não é unanimidade entre especialistas. A ANP afirma que a economia de quilômetro por litro compensa a diferença do preço.


Para a engenheira de Petróleo e Gás Taylane Muniz essa mudança de padrão vai levar o país a uma qualidade de produto mais próxima do europeu e americano, mas, além disso também pode afetar no bolso do motorista.


“Devemos levar em conta que a mudança na octanagem da gasolina tem seus prós e contras. Como ponto negativo, temos o preço da gasolina que irá aumentar, mas, por outro lado, terá uma qualidade melhor, portanto, espera-se um maior rendimento do combustível, ou seja, o consumidor levará mais tempo até precisar abastecer o veículo novamente. Outro ponto a ser considerado é a padronização do produto comercializado com o do mercado europeu e americano. Além disso, com o aumento da octanagem (de 87 para 92 octanos), o combustível será mais resistente à queima e, com isso, as emissões de poluentes para o meio ambiente serão menores”, afirma a engenheira.


Ainda de acordo com a ANP, a mudança ocorre atendendo requisitos de consumo de combustível dos veículos, nível de emissões mais rigorosos e o Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve – Ibama) além de um programa de mobilidade proposto pelo Governo Federal.


A iniciativa é resultado da realização de estudos e pesquisas dos padrões de qualidade, considerando o acompanhamento das especificações e harmonizações internacionais, bem como de amplos debates com os agentes econômicos do mercado de combustíveis. Atende aos atuais requisitos de consumo de combustível dos veículos e de níveis de emissões progressivamente mais rigorosos, considerando cenário futuro das fases L-7 e L-8 do Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve – Ibama) e do Programa Rota 2030 – Mobilidade e Logística (Governo Federal)”, afirma a agência em nota. 


Para o motorista e petroleiro Lúcio Nunes, como consumidor só será possível avaliar alguma vantagem em alguns meses.

"Pelo o que percebi vai ser um combustível padrão internacional e vai ser mais caro também. Como consumidor acho que não será possível avaliar alguma vantagem por enquanto, pois a relação custo, consumo e desempenho pode demorar para conseguir enxergar a vantagem. Já temos no mercado as gasolinas Podium da Petrobrás e outras aditivadas nas demais distribuidoras. Esse tipo de combustível melhora o desempenho, mas é bem mais caro. Particularmente eu uso pouco", afirma o motorista.


Lúcio ainda fala sobre os impostos e o preço final dos postos.

"Pagamos um valor alto de combustível devido a carga tributária que aqui no Brasil é muito alta, se vamos ter combustível padrão internacional, o imposto poderia ser também nesse padrão e baratear um pouco na bomba para o consumidor final, o que percebemos é que seja um combustível novo ou antigo dificilmente sentimos no bolso os benefícios da queda do valor do barril de petróleo (o principal formador do preço do combustível), pois os donos de postos sempre alegam que estão com estoque de combustível no preço antigo", disse o petroleiro.


Confira o vídeo produzido pela especialista em regulação da ANP, Edneia Caliman sobre a nova gasolina brasileira:


Engenheiro da Petrobras afirma que novo padrão já é produzido pela empresa desde o início deste ano. Crédito: Edneia Caliman/ANP




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