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No Dia de proteção às Florestas, a Amazônia pede socorro

No dia 17 de julho é comemorado o Dia do Protetor de Florestas, uma data ligada à figura do Curupira, um personagem conhecido por proteger as florestas. Assim como os povos indígenas, que enfrentam ataques sem igual na gestão de Bolsonaro.


Por Karina Oliveira

Imagem: Faculdadedama

Nesta sexta-feira (17) se comemora no Brasil o Dia de Proteção às Florestas, foi criado com o intuito de conscientizar a população sobre a importância das florestas, dos biomas e dos ecossistemas. 20% de todas as espécies da Terra vivem no Brasil, em especial na Floresta Amazônica, constantemente ameaçada pelo desmatamento. Principalmente com o governo de Jair Bolsonaro que vem incentivando cada vez mais a exploração da floresta, e com isto, temos o aumento de 25% das áreas desmatada comparado ao primeiro semestre do ano passado. No dia 16 de julho o governo federal editou um decreto no Diário Oficial da União que proíbe as queimadas no país por mais 120 dias, com intenção de diminuir a devastação da floresta.


"O atual governo sinalizou desde o tempo de campanha que iria afrouxar regras com relação ao meio ambiente. Ao assumir, tornou muito permissível diversas práticas ilícitas de desmatamento, queimada, exploração de garimpo em terras indígenas, exploração de madeira, derrubada das matas." Diz Anderson Santos, advogado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Sobre o decreto, Santos explica "O problema está na fiscalização, na autonomia dos institutos, dos órgãos governamentais para poder fiscalizar e tomar medidas de combate a isso. Não é somente publicar um decreto proibindo as queimadas". Para ele, sem fiscalização, as queimadas vão continuar.

A data marca também o Dia do Protetor de Florestas, figura associada ao personagem do folclore brasileiro Curupira. Segundo o folclore, o Curupira é um espírito mágico que habita as florestas e ajuda a protegê-la da invasão e ataque de pessoas más intencionadas. Mas sendo apenas uma figura mítica, são necessárias ações efetivas para deter o avanço e o crescimento do desmatamento e da exploração ilegal da biodiversidade. Organizações não-governamentais e entidades, como o Greenpeace, por exemplo, aproveitam esta data para realizar ações práticas que possam mostrar para a população os perigos que aguardam a humanidade, caso não seja feito algo para proteger as florestas. Além deles, os povos indígenas, comunidades tradicionais e ribeirinhas do Brasil vivem em constante luta para defender a floresta e seus modos de vida da implantação de grandes empreendimentos e do avanço do agronegócio.


Para a indígena tupinambá Nice Gonçalves, de 30 anos, é inconcebível o discurso do presidente Jair Bolsonaro e do vice-presidente Hamilton Mourão quanto à atuação do exército no combate ao desmatamento. Ela afirma que se houvesse mobilização, os índices não estariam aumentando.

"Em abril nós batemos um índice alto de desmatamento nunca visto em 10 anos. O que está ameaçada não é só a vida dos povos indígenas, o verde, a floresta, a fauna, mas é a vida no planeta", diz ela.

O Brasil possui 61% de seu território coberto por vegetação nativa, distribuída entre Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampas e Pantanal. As florestas são apelidadas de "pulmão do mundo", e não é à toa. As árvores ocupam cerca de 30% da superfície da Terra, sendo responsáveis pela fotossíntese, processo de produção de oxigênio a partir da absorção de dióxido de carbono (CO2).

Dentre as funções das florestas, podemos destacar: proteção do solo contra erosão, controle do ciclo e da qualidade da água, abrigo de diversas espécies, além do fornecimento de bens essenciais para a manutenção da vida na terra, como por exemplo, alimentos, madeira, óleos essenciais, medicamentos, cosméticos, combustíveis, entre outros.


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