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No Ceará, pesquisadores tentam realizar o envio da pele de tilápia para tratamento no Líbano

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    Femme News
  • 6 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Os estudos feitos pela Universidade Federal do Ceará (UFC) demonstram eficácia no uso da pele de tilápia em casos de queimaduras e algumas lesões na pele, entretanto o processo de envio para fora do país é um tanto quanto burocrático


Por Natasha Silveira

Foto: Viktor Braga/UFC

Os pesquisadores do Projeto Pele de Tilápia, da Universidade Federal do Ceará (UFC), estão fazendo campanha para que as autoridades brasileiras facilitem o envio do estoque de 40 mil cm² da pele de tilápia, para que possa ajudar nas vítimas feridas pela explosão que ocorreu nesta terça-feira (4) em Beirute, capital do Líbano, e que deixou 4 mil pessoas feridas e 137 óbitos.


A UFC desenvolve os estudos que demonstram a eficácia do uso da pele de tilápia em queimaduras de 2º e 3º graus e lesões na pele, servindo como um "curativo biológico" durante o processo de cicatrização. A pesquisa com a pele de tilápia é feita pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), com coordenação do Dr. Odorico Moraes.


O biólogo Felipe Rocha e também pesquisador do Projeto, informou a respeito da burocracia que existe para o envio da pele para fora do país “Como é um material de pesquisa, os ministérios da Saúde dos dois países precisam conversar e autorizar o envio e o uso. A pesquisa já está bem avançada e os resultados de efetividade de efeito já são comprovados e publicados em artigos nacionais e internacionais”. Por se tratar de um produto experimental, a pele da tilápia ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e é preciso que as autoridades dos países entrem em um consenso para que possa ser feito o envio do material.


Essa não é a primeira vez que tentam enviar o produto para outro país, no ano passado a equipe tentou realizar o envio para as vítimas de um acidente ocorrido na Colômbia, porém a legislação do país inviabilizou o envio. "É preciso ter uma empresa interessada em fazer a transferência da tecnologia. Se a empresa adquirir essa tecnologia e passar a produzir a pele da tilápia insdustrialmente, o produto poderá ser comercializado e passará a ser fiscalizado pela Anvisa", informa o pesquisador Carlos Roberto Paier ao G1.


Segundo o pesquisador, existem outros tipos de tratamento para queimaduras, como o tratamento feito com pele humana. Entretanto, o estoque é muito baixo, sobretudo durante o período de pandemia, o que faz com que o produto se torne ainda mais caro. "Para se ter uma ideia, no Brasil só existem dois bancos de pele humana, em São Paulo e no Rio Grande do Sul", afirma Paier.


No Ceará, já foram realizadas cirurgias de reconstrução vaginal com a membrana do peixe, em casos como a síndrome de Rokitanksy, a agenesia vaginal e o câncer pélvico. Mais de 350 pacientes realizaram estudos clínicos e foi observado o alto poder de regeneração que a pele de tilápia possui, assim como a diminuição da dor no paciente, a redução na troca de curativos e os custos operacionais clínicos. De acordo com o Dr. Edmar Maciel, um dos organizadores da pesquisa, o tratamento feito com a pele de tilápia age como um curativo temporário e pode evitar a contaminação.


"Ele age como curativo temporário que evita a troca de curativo, reduz a perda de líquido e a contaminação do meio externo para dentro da ferida. Dependendo da profundidade da queimadura a recuperação pode acontecer em um intervalo de 2 dias a até um mês e meio", explicou o coordenador do G1. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) inauguraram o primeiro banco de pele de tilápia para o uso em tratamentos médicos em 2017 e a técnica já foi mencionada em séries de TV norte-americanas como a "The Good Doctor" e em "Grey's Anatomy", o presidente Jair Bolsonaro também já ressaltou os resultados positivos alcançados pela pesquisa.



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