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Mulher denuncia médico por importunação sexual após se consultar com sintomas da Covid-19

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    Femme News
  • 11 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

O médico disse que ela possuía apenas estresse e insinuou que poderia ajudá-la a ‘desestressar’. “É uma sensação de medo, a gente não tem força para reagir àquilo”, contou a vítima em entrevista ao G1


Por Natasha Silveira

Foto: Pixabay

Um médico do Centro de Controle de Coronavírus em São Vicente, litoral de São Paulo, foi acusado de assédio sexual por uma das pacientes atendidas. A recepcionista Vivian Herculano Salvatore, de 29 anos, denunciou o médico após se consultar por estar com alguns dos sintomas da Covid-19. O médico foi afastado depois das denúncias feitas, segundo a prefeitura.


Nesta terça-feira, Vivian contou ao G1 que por apresentar alguns sintomas resolveu se consultar para ter certeza de que estaria com a doença, porém, após relatar sobre como estava se sentindo o médico fez algumas perguntas diferentes. Segundo a recepcionista, o médico perguntou quais eram os passatempos dela e disse que os sintomas dela seriam de estresse e não da Covid-19, "Ele começou a falar que eu precisava relaxar e perguntou o que eu fazia para desestressar. Achei aquilo estranho, mas continuei respondendo", informou ao G1.


A paciente contou que havia deixado de fazer algumas das coisas que gosta em razão da pandemia, como ir à praia e diz que o médico continuou afirmando que ela precisava desestressar. Vivian fez o exame raio-X solicitado pelo médico e ao voltar para o consultório encontrou a porta já entreaberta, e o médico confirmou que o os sintomas dela se tratava apenas de estresse. Ao entrar na sala, ouviu do profissional que "para desestressar, precisava de três coisas: oportunidade, vontade e coragem" e nesse momento reparou na intenção do médico, que abaixou o tom de voz ao falar com a paciente.


"Ele me disse: 'uma dessas três coisas te falta: a oportunidade você tem agora, o que te falta, coragem ou vontade?'. Nessa hora, ele levantou da mesa dele e parou na minha frente, perguntando se eu não tinha coragem, e que era só fechar a porta. Ele também perguntou se eu não tinha vontade de calor humano, um abraço, que me desestressava", relatou a recepcionista.


Com a aproximação do médico, Vivian se retirou do consultório a tempo de ouvir ele dizer, novamente, que ela "precisava desestressar". A moça chegou a sair do hospital, mas resolveu voltar e denunciar o caso para a direção da unidade. Depois de receberem a denúncia, a equipe do centro médico orientou a vítima a registrar o ocorrido junto à Polícia Civil e o caso já está sendo investigado como crime de importunação sexual na Delegacia de Defesa da Mulher de São Vicente.


A Prefeitura de São Vicente emitiu uma nota através da Secretaria de Saúde (Sesau) informando que a denúncia está sendo investigada pelos órgãos competentes e que o médico já foi afastado das atividades. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo foi procurado pelo G1 para mais informações sobre o caso, mas não foi obtida nenhuma resposta até o momento. Também tentaram entrar em contato por telefone com o médico denunciado e não houve nenhum retorno.


"Não quero que outras pessoas passem por situação igual ou pior à que eu passei, e eu acho que ele vai continuar fazendo se não for parado. Nunca esperei passar por isso em um hospital, com uma pessoa que está ali para cuidar da gente", ressaltou a recepcionista.


A importunação sexual é uma lei caracterizada na realização de ato libidinoso na presença de alguém e sem haver seu consentimento, como beijos "roubados" ou toques inapropriados. Diferente do assédio sexual, a importunação sexual tem base na relação de hierarquia e subordinação entre o agressor e a sua vítima. A pena de quem pratica a importunação sexual pode ser de 1 a 5 anos de prisão.



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