Ele havia sido internado em setembro e novembro, sendo a última vez por complicações do coronavírus, a causa ainda não foi divulgada
Valéry Giscard d'Estaing, ex-presidente francês, morreu aos 94 anos nesta quarta-feira (2). O motivo ainda não foi divulgado, mas acredita-se que tenha sido por complicações em relação a Covid-19. Em novembro, ele precisou ser internado em um hospital em Tours, região Oeste da França, já por complicações da doença. Em setembro, também foi internado em Paris em razão de uma infecção pulmonar. Nos últimos meses, o ex-presidente estava vivendo recluso por causa da pandemia, no castelo da família em Authon.
D'Estaing governou a França entre os anos de 1974 a 1981, e foi um dos arquitetos da integração europeia que ocorreu em 1970, o ex-presidente também foi o líder da resistência francesa contra o nazismo. Assumiu o Estado aos 48 anos, como sucessor de Georges Pompidou e foi considerado um gaullista, nome que se dá aos seguidores da cartilha do general Charles de Gaulle, seu governo é lembrado pelos avanços progressistas com a legalização do aborto, instituição do divórcio e a tentativa de liberalizar a economia e aprovar o projeto Trem de Alta Velocidade (TGV) para tornar a França mais moderna.
Mantinha uma relação próxima com o chanceler alemão Helmut Schmidt, com quem fundou a moeda única e foram responsáveis por promover o Sistema Monetário Europeu. Em 1973, houve uma queda no cenário econômico por causa da primeira crise do petróleo, o que abalou a fama de d'Estaing um ano antes de assumir a presidência. Ele foi um dos membros do Conselho Constitucional da França e esteve no cargo de conselheiro geral do departamento de Puy-de-Dôme e também na Assembleia Nacional francesa. Giscard d'Estaing esteve em uma das cadeiras do Parlamento Europeu, e depois de ter sido presidente se tornou ministro das Finanças de Charles de Gaulle.
O ex-presidente concorreu novamente à Presidência em 1981, mas perdeu as eleições para François Mitterrand, primeiro político do Partido Socialista a assumir a posse após a Segunda Guerra.
Giscard d'Estaing não é visto em aparição pública desde 2019, a última vez foi no enterro de Jacques Chirac, também ex-presidente francês. Em maio deste ano, uma repórter alemã o denunciou por assédio sexual, afirmando que o ex-presidente teria apertado suas nádegas.
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