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Morre de Covid-19 líder da maior aldeia do Rio

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    Femme News
  • 21 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Cacique Domingos Venite estava internado desde o dia 26 de junho na Santa Casa de Angra dos Reis


Por: Clara Maria Lino



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Imagem: Prefeitura de Angra dos Reis / Cacique Domingos Venite tinha 68 anos e estava internado desde 26 de junho

A Prefeitura de Angra dos Reis, cidade localizada na Costa Verde fluminense decretou em Diário Oficial luto de três dias pela morte do cacique da aldeia indígena Sapukai, Domingos Venite, na madrugada desta terça-feira (21). O líder tinha 68 anos e estava internado na Santa Casa da cidade desde o dia 26 de junho. O indígena faleceu devido a complicações causadas pelo novo coronavírus.


O Hospital que estava internado se tornou Centro de Referência para Tratamento da doença no município. O corpo do cacique será sepultado no cemitério da aldeia respeitando as normas sanitárias estabelecidas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


Nas Redes Sociais a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), que congrega as aldeias do povo guarani, localizadas no Sul e Sudeste do Brasil pelo objetivo da terra comum, lamentou a morte do cacique que foi um dos primeiros motoristas a trabalhar com a saúde indígena.

“Sua luta sempre foi pelos direitos do nosso povo. O povo Guarani está de luto, por mais essa perda irreparável para nós. Essa doença Covid-19 está matando nossos líderes sábios, ainda leva junto a força dos nossos cantos e danças que é dos nossos rituais de passagem que nós sempre fazemos dentro da tradição e do costume. Faremos nosso canto nosso rezo, faremos nossas danças de passagem para o Xamõi Domingos mesmo sem poder nos despedir, mas sabemos que seu espírito segue rumo a Yvy Maraē'y, e que sempre nos proteja a nós e todas as nossas crianças,” disse a CGY.

De acordo com o governo local, a Aldeia Sapukai está localizada há seis quilômetros da Rodovia Rio – Santos (BR-101), no bairro de Bracuí. A região é caracterizada por montanhas e Mata Atlântica. O grupo possui cerca de 340 indígenas da tribo guarani. Oitenta e oito deles estão infectados pelo vírus.


A dificuldade encontrada nas aldeias está ligada a grandes famílias aglomeradas em um só local e a questões de limpeza que agora precisam imperar diante da tradição. Uma unidade de Saúde da Família está instalada dentro da aldeia para controle da doença.


No contraponto desta realidade, a Prefeitura de Maricá, região metropolitana do Rio registrou até esta segunda-feira (20) 64 mortes no município sendo zero casos de Covid-19 entre a população indígena. Por lá 130 índios estão há meses em quarentena e as aldeias permanecem fechadas.


Segundo o governo local, o grupo recebe diariamente a visita de médicos para avaliar a saúde da população e reforçar o protocolo sobre uso de máscaras e lavagem das mãos ou uso de álcool em gel.


De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA) e com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), 544 indígenas morreram por complicações causadas pelo novo coronavírus em todo o país. Mais de 16 mil já se infectaram com a doença até o momento. Para a APIB, dos 256 grupos brasileiros, 136 já tiveram contato com o Covid-19. Estas organizações consideram índios que vivem em aldeias e em perímetros urbanos.


A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Governo Federal considera apenas os índios moradores de aldeias. Para eles são 231 óbitos e 12.050 casos confirmados.


 
 
 

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