Ministério da Saúde admite ineficácia do chamado “Kit Covid”

O órgão admitiu em nota à CPI que nenhum dos medicamentos auxilia na cura da Covid-19

Bolsonaro foi um dos favoráveis ao uso do “kit covid” (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Depois de uma campanha insistente que se estende desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde admitiu em duas notas emitidas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema de Saúde (Conitec) em resposta à um requerimento do senador Humberto Costa, um dos titulares da CPI da Covid-19, que a cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina não são eficazes no tratamento contra o coronavírus e suas variantes, e também não devem ser usados em pacientes hospitalizados em função do vírus.

“Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz a Conitec.

Segundo a nota, essas diretrizes foram aprovadas de forma unânime pelos membros da Conitec em maio e “devem ser seguidas nos serviços de saúde, públicos ou privados, que prestam atendimento a pacientes diagnosticados com Covid-19.”

Vale lembrar que, mesmo com provas científicas de que tais medicamentos não auxiliavam na cura da Covid-19, o governo Bolsonaro sempre apoiou de forma incansável o uso dos medicamentos listados, e que este é um dos focos de investigação da CPI da Covid, aberta em abril deste ano.