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  • Renata Nalim

Mesmo com problema estrutural, Escola Municipal Anne Frank não consegue licença para realizar obras

Atualizado: 26 de ago. de 2021

“Engenheiro da prefeitura considerou a escola não apta para o retorno das aulas”, diz mãe de aluna

Fachada da Escola Municipal Anne Frank. Foto: Reprodução/Facebook

Após a paralisação do funcionamento da Escola Municipal Anne Frank, localizada em Laranjeiras, por conta da pandemia, os alunos retornaram às aulas com números de salas reduzidas em razão de problemas estruturais motivados pela infiltração no telhado. Atualmente, a escola tem 180 alunos, divididos por seis turmas, e regressou com somente três salas, das seis, pois são as que estão aptas para os estudantes terem aula em segurança. Até agora, metade da estrutura da escola está interditada e para todos os alunos conseguirem assistir às aulas é necessário que haja revezamento de turnos.

Imagens do interior da Escola Municipal Anne Frank. Fonte: Acervo do grupo de mães de alunos

Segundo informações, um engenheiro da Prefeitura do Rio de Janeiro “considerou a escola não apta para o retorno das aulas”, e a Secretaria Municipal de Educação alegou que não teria verba para a realização da obra do telhado. A direção da escola conseguiu três patrocinadores para efetuar a reparação do teto, entretanto, por ser um patrimônio histórico tombado, precisa da autorização da Prefeitura. Devido à demora na anuência, um dos patrocinadores desistiu de custear a reforma.


A representante do Conselho Escola Comunidade (CEC) da Escola Municipal Anne Frank, Emília Augusto, expôs a percepção dos responsáveis por alunos, funcionários e professores em função dos atrasos para a execução da obra.


“Nós vemos este atraso como um total descaso da Prefeitura com as escolas públicas, não só com a nossa, mas com várias unidades que estão com problemas estruturais, algumas bastante severas. É um descaso não só da atual Prefeitura como da gestão passada, os problemas já existiam durante a gestão do Marcelo Crivella.” E acrescentou dizendo que “mesmo com a crise financeira, talvez (a Prefeitura) não tenha dinheiro, mas isto já não é mais desculpa para o caso específico da Escola Anne Frank porque nós já conseguimos patrocínio”.


O projeto da reforma foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e somente falta a assinatura da Secretária Municipal de Educação para iniciar a obra. A direção do colégio e do CEC têm pedido a assinatura do projeto, mas não houve retorno da 2ª Coordenadoria Regional de Educação. Foram enviados cinco memorandos, que, até o momento, não foram respondidos. Emília afirma que “diversos e-mails foram enviados para a Coordenadoria solicitando os documentos e posicionamento, mas nenhum foi respondido, nem com uma desculpa de que estariam reunindo os documentos e encaminhamos resposta”.


O retorno às aulas na Escola Anne Frank aconteceu em meio às condições insalubres que a instituição de ensino se encontra, e se contrapõem aos protocolos sanitários contra a Covid. Atualmente, o problema de infiltração existe em três salas, bem como em uma ala inteira da escola e parte da cozinha. A parte elétrica está "deteriorada" e a sala da direção continua sem luz, desde 2019, assim como na sala dos professores tem curto-circuitos recorrentes. Mariana Miguez, mãe de uma aluna do terceiro ano, diz que com a volta às aulas presenciais a escola “se viu forçada a retornar mesmo tendo metade do local interditado”.


A representante do CEC enfatiza a importância do procedimento da obra para que os professores do colégio consigam realizar um projeto pedagógico voltado para os alunos. “A nossa escola está em esquema de rodízio para aproveitar salas que podem ser usadas. Se as obras tivessem sido realizadas, as crianças poderiam estar dentro de suas próprias salas. É importante que cada criança ocupe sua própria sala, para se sentir pertencente, e, principalmente, para o professor conseguir realizar um projeto pedagógico voltado para aquela turma”. E complementa que “não é só uma questão de salvar um patrimônio histórico, que é importante por ser tombado, como também para a formação da geração de alunos que estudam na Escola Municipal Anne Frank”.

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