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Victória Farias

Manifestantes pedem justiça pela morte de Kathlen Romeu

Moradores do Lins vão às ruas em protesto pela morte de jovem grávida em operação policial

Foto: Lucas Neves

Na última quarta-feira (9), os moradores do Complexo do Lins, foram para as ruas protestar e pedir justiça pela morte de Kathlen Romeo. A jovem de 24 anos foi baleada durante uma operação da Polícia Militar na comunidade, localizada na zona norte do Rio de Janeiro, na tarde da última terça-feira (8) enquanto ia visitar sua família.


Kathlen se formava como designer de interiores, estava grávida de quatro meses do primeiro filho e comemorava a gravidez nas redes sociais. O ato foi acompanhado pela Polícia Militar. Os manifestantes relembraram das vítimas de outras ações policiais recentes e protestaram contra o governador Claudio Castro e o presidente Jair Bolsonaro.


Foto: Lucas Neves

No dia da operação, Kathlen chegou a ser socorrida pela viatura dos policiais, mas não resistiu aos ferimentos e teve sua morte constatada ao chegar no Hospital Municipal Salgado Filho, localizado no Méier. De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), o tiro partiu de um fuzil e acertou Kathlen no tórax. No documento é afirmado que o projétil não ficou alojado em seu corpo, o que causou hemorragia interna.


A morte de Kathlen gerou uma grande comoção nas principais redes sociais. São inúmeras postagens, algumas lamentando o ocorrido e outras pedindo por justiça. A cantora Rebecca lamentou a morte da designer de interiores em seus perfis, desejando força para a família da jovem. O ator Icaro Silva se manifestou em uma postagem no seu Instagram com a seguinte legenda: “Kathlen Romeu, 24 anos, grávida de 4 meses, morta durante operação policial no Rio de Janeiro. Uma notícia que se repete com tanta frequência que dá náusea. Inocentes. Pretos. Mortos. Operação policial. O Estado brasileiro não está em guerra contra as drogas. Está, desde sua formação, servindo ao extermínio da população preta e periférica.”


Foto: Lucas Neves

Foto: Lucas Neves

Há pouco mais de um ano, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia proibido, em decisão liminar, a realização de operações policiais durante a pandemia, abrindo exceção apenas para casos excepcionais e devidamente justificados. As operações realizadas a partir de tal decisão deveriam ocorrer com diversos cuidados tomados para não colocar em um risco ainda maior a população do local.


Um relatório elaborado pelo Grupo de Estudos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF) mostra que neste período de um ano com a restrição de operações policiais houve uma significativa diminuição de tiroteios e vítimas de balas perdidas no estado. Em contrapartida, o documento mostra que a partir do início de 2021 houve uma retomada das operações, como a do Jacarezinho com cerca de 28 mortos. Segundo o documento, os meses de janeiro e fevereiro de 2021 foram aqueles com o maior número de vítimas letais de todo o período analisado e estudado.


Foto: Lucas Neves


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