Mais de 10 milhões de jovens brasileiros estão fora da escola
- Femme News
- 16 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
De acordo com o IBGE, necessidade de trabalhar, desinteresse e gravidez são principais motivos para abandono.
Por Clara Maria Lino

Dados divulgados nesta quinta-feira (16) pelo segmento de Educação da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que cerca de 20,2% dos jovens brasileiros entre 14 e 29 anos estão sem estudar. Destes 58,3% são homens, 41,7% são mulheres, 71,7% são pretos ou pardos e 27,3% são brancos.
Precisar trabalhar foi o motivo mais apontado por metade dos quase 6 milhões de jovens homens para terem largado os estudos ou até mesmo nunca ter frequentado uma escola. A falta de interesse, ainda de acordo com o IBGE, representa quase dois milhões (33%). Já a inexistência de escola, vaga ou turno foi a causa de quase 160 mil (2,7%) homens. Os afazeres domésticos para este público impediram mais de 40 mil jovens de ter acesso aos estudos.
Entre as mulheres os motivos mais recorrentes mudam de prioridade segundo o IBGE. A pesquisa aponta que a falta de interesse é a principal razão pela evasão escolar e atinge 1.015.019 milhões (24,1%) de meninas. Este fator se aproxima da necessidade do trabalho e gravidez. Juntos estes fatores possuem 1.002.384 milhões (23,8%) de mulheres cada. Nos afazeres domésticos a diferença entre homens e mulheres aumenta consideravelmente. Enquanto cerca de 40 mil homens precisam abandonar a escola para estar em casa cuidando de pessoas ou do lar, quase 500 mil (11,5%) meninas saem da escola para assumir esta responsabilidade. A diferença é considerada 10 vezes maior comparada aos meninos.
Por regiões do país, o IBGE relata que a necessidade de trabalhar foi a principal razão alegada pelos jovens. Na região Sul (48,3%), Centro-Oeste (43,1%), Nordeste
(34,1%). Não querer estudar foi o segundo principal motivo em 2019 com média de 25% na maioria das regiões do país com exceção do Nordeste que possui 31,5%. A falta de escola, vaga ou turno representa 3,2% dos motivos em todo o país e 3,7% alegam problemas de saúde.
O IBGE aponta que a maior taxa de abandono escolar está na faixa de 16 anos, entre 15,8% e 18%. Entre adolescentes de 13 anos o abandono representa 8,5% e aos 14 anos, 8,1%. O estudo ainda mostra que na faixa etária considerada obrigatória, a média de crianças e jovens matriculados aumentou. No ano passado, 93% das crianças entre 4 e 5 anos estavam na pré-escola, quase 100% daqueles entre 6 e 14 anos estudavam. Já entre adolescentes de 15 a 17 anos a taxa cai para 89,2%.
Sobre os adolescentes “nem nem”, ou seja, que nem estudam nem trabalham, o
levantamento apontou que 47 milhões (22%) de jovens estão nesta situação. Este
dado representa um a cada cinco jovens brasileiros de 15 a 29 anos. Trabalhando e estudando o estudo aponta 14,2% deles e 28% não estavam ocupados, mas
estudavam enquanto 35,6% trabalhavam, mas não estudavam.
A pesquisa foi realizada no segundo trimestre de 2019 como já apontado até aqui, portanto não considera o impacto causado pela pandemia no Novo Coronavírus que já matou mais de 75 mil brasileiros. É importante lembrar que no Brasil, o direito a educação é obrigatório por lei entre crianças de 4 anos a jovens de 17 anos.
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