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Foto do escritorFemme News

Maior campo de refugiados da Europa pega fogo

Ocorrido foi em Lesbos, na Grécia. Campo possuía 35 pessoas com Covid-19


Por Ana Modesto

Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters

Na manhã desta quarta-feira (9), o acampamento de Moria, considerado o maior campo de refugiados da Europa, situado na ilha grega de Lesbos, é afetado por um enorme incêndio. Bombeiros possuem estimativas de que, aproximadamente, 13.000 pessoas residem no local, o que ultrapassa mais de seis vezes a sua capacidade máxima de 2.200.


Corpo de bombeiros continua tentando controlar o fogo. Até o momento, não há sinal de feridos e autoridades ainda estão em busca de maiores explicações sobre o evento, onde o principal ponto foi combatido, porém ainda existem pequenos focos de incêndio.


Um fotógrafo local, chamado George Moutafis, relata ao canal televisivo grego "Mega" sobre a situação do acampamento após as chamas, o que segundo ele ficou "completamente destruído". E confirma isso na seguinte fala:


"O campo de Moria não existe mais. O campo foi completamente destruído. Os contêineres e as tendas foram completamente destruídos. Os focos de incêndio estão se extinguindo. Muitos migrantes e refugiados estão de volta ao campo procurando seus pertences".



O campo encontra-se em isolamento completo depois que 35 moradores do local testaram positivo para o novo coronavírus somente esta semana.


Autoridades gregas declaram ainda não possuírem conhecimento da causa exata do início do incêndio. A empresa local supõe que os incêndios podem ter iniciado propositalmente e não de causas naturais.


De acordo com um porta voz do governo, ilha de Lesbos entrará em estado de emergência após incêndio. Segundo a BBC, Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia, marcou uma reunião de emergência para avaliar a situação e vários ministros já estão a caminho de Lesbos.


Há também um protesto ocorrido no dia anterior ao incêndio, onde alguns refugiados e se rebelavam contra as medidas de isolamento social no local após o estouro de casos de Covid-19. As péssimas condições do local também foi um dos fatores responsáveis pela maior indignação de seus moradores.


Durante muitos anos, todos os refugiados que chegavam ao campo, muitos provindos da costa turca por sua proximidade com a ilha, acabam entrando no acampamento e só saindo depois seu pedido de asilo ser processado, o que pode, de fato, demorar. Dessa maneira, deixando todos os refugiados a mercê de seus pedidos de asilos serem aceitos ou não, no qual só possuem campo como refúgio.


De acordo com o grupo alemão Mission, "À noite, a raiva e o desespero dos refugiados internados em Moria explodiram", resultando nos protestos da última terça-feira (8).


Segundo a ONG responsável pelo local, quase todas as moradias disponíveis estão em péssima condições após o fogo, o que ocasionou a expulsão dos moradores sem-teto a olivas próximas ou a espera de conseguir abrigos provisórios.

Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters

Steier fala sobre seu o caso nas seguintes falas:


"As pessoas em Moria estão expostas a um estresse psicológico extremo. O bloqueio do campo agora foi a gota d'água. Os refugiados em Moria não são tratados como humanos. Entre outras coisas, pedimos ao governo federal (alemão) repetidas vezes para evacuar todas as pessoas dos campos gregos. Mas quase nada aconteceu"

Konstantinos Theofilopoulos, chefe dos bombeiros, afirma a TV ERT que houve ao menos de 3 pontos de fogo. Relata ainda que encontrou dificuldade no combate ao fogo por conta do protesto.


Mesmo ainda sem confirmações sobre o ocorrido, segundo Aurelie Ponthieu, coordenadora Médicos Sem Fronteiras, os protestos estão diretamente ligados aos incêndios desta quarta-feira.


“Sejamos muito claros, não há dúvidas sobre a causa deste incêndio: a combinação de anos de sofrimento humano e de violência produzidos pelas políticas de migrações da Europa e da Grécia é que tem a responsabilidade”, disse Aurelie


Mesmo que exista a possibilidade de sair da área de perigo pelos moradores atingidos ou até mesmo os refugiados que não foram ainda atingidos pelo fogo mas que não estão se sentindo seguros, a opção seria sair, no entanto, não é possível devido ao cordão policial que bloqueia todo o acesso à cidade por conta da Covid-19.


A expectativa é que três barcos, um comercial e dois da Marinha, atraquem em Lesbos com o intuito de alojar cerca de 3 mil pessoas, quase 86% do total de 3.500 pessoas desabrigadas. Enquanto isso, o restante das pessoas permaneceriam nos arredores do campo de Moria, em tendas de outras ilhas.


Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia declara que ja entrou em contato com Mitsotakis e que diz que sua comissão está “pronta para ajudar a Grécia em todos os níveis durante estes tempos difíceis".


Ylva Johansson, comissária de assuntos internos da União Europeia, também anuncia que auxiliaria o campo, perante transferência de 400 adolescentes e crianças desacompanhados ainda afirma em seu perfil no twitter:


“A segurança e o abrigo de todas as pessoas em Moria são a prioridade“

Foto: Alkis Konstantinidis/Reuters

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