O líder culpou a Covid-19, sanções internacionais e tufões como impedimentos do progresso econômico que havia sido prometido
Kim Jong-Un, líder da Coreia do Norte, chorou e pediu desculpas aos norte-coreanos pela sua incompetência em guiar o país em momento de crise pelo surto do novo coronavírus. O discurso foi realizado no último sábado (10), em Pyongyang, que comemorava o 75º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores. O vídeo só foi disponibilizado para os países ocidentais nesta segunda-feira (12).
O líder do país norte-coreano culpou o novo coronavírus, sanções internacionais e tufões como impedimentos do progresso econômico que Kim havia prometido. Durante o vídeo, norte-coreanos com trajes tradicionais e uniformes militares choraram durante o discurso de aproximadamente meia-hora de duração.
"Nosso povo depositou confiança em mim, tão alta quanto o céu e tão profunda quanto o mar, mas eu falhei em sempre cumprir de forma satisfatória. Eu realmente sinto muito por isso", afirmou o líder, segundo a tradução do Korea Times. "Nosso povo sempre foi grato ao nosso partido, mas ninguém menos que eles próprios merecem uma reverência de gratidão", disse Kim Jong-Un.
“Embora me seja confiada a importante responsabilidade de liderar este país defendendo a causa dos grandes camaradas Kim Il-sung e Kim Jong-il, graças à confiança de todas as pessoas, meus esforços e sinceridade não foram suficientes para livrar nosso povo das dificuldades em suas vidas”, declarou Kim Jong-Un. Kim Il-sung é ex-líder do país e avô de Kim Jong-Un, enquanto que Kim Jong-il é também ex-líder e pai do atual.
Hong Min, diretor da divisão da Coreia do Norte no Instituto Coreano de Unificação Nacional, expressou a sua opinião sobre o discurso ao Korea Times: "É importante ver por que ele chorou nessa ocasião. Por baixo de sua mensagem, pode-se sentir que Kim está sentindo muita pressão sobre sua liderança”. Outros analistas afirmaram que Kim Jong-Un utilizou uma grande parte de seu discurso para simpatizar com os norte-coreanos.
O desfile militar, que ocorre a cada cinco anos para celebrar o surgimento da fundação, foi marcado pela presença de evidências que demonstram a ascensão do poderio militar do país: mísseis, tanques, tropas, entre outros. O Ministério das Relações Exteriores pediu a Pyongyang que as negociações de desnuclearização sejam retomadas, visto que a Coreia do Sul demonstra preocupação com o novo míssil balístico de longo alcance que foi apresentado no desfile.
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