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Foto do escritorAndrea dos Santos

Juíza informa caso de tortura e estupro contra mulher negra em Carrefour do RJ

Foi uma situação de agressão e humilhação, da qual a vítima quase não conseguia falar na audiência


Foto: Twitter/Marcelo Adnet

Com a enorme repercussão da morte de João Albert, homem negro de 40 anos que veio a óbito após ser espancado por seguranças do supermercado Carrefour, em Porto Alegre na última quinta (19), mais um caso de violência envolvendo a rede ressurge.


De acordo com a Folha de São Paulo, uma mulher negra foi estuprada e torturada em um dos mercados da rede Carrefour no Rio entre 2017 e 2018. A juíza Cristina Cordeiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), na sexta feira (20), informou o caso em seu Twitter: “Uma mulher negra, pobre, lésbica e dependente química, presa na época por suspostamente furtar alimentos em uma filial do Carrefour no Rio de Janeiro, foi espancada e estuprada por funcionários do supermercado”.


O nome da vítima não pode ser revelado, por isso vamos chamá-la de Roberta. Ela entrou na sala da audiência de custódia extremamente abatida. Roberta usava uma espécie de fralda e tinha hematomas principalmente nos braços. Negra, obesa e dependente química, ela havia sido presa por ter furtado um bolinho de bacalhau e outro tipo de congelado em um dos mercados que pertence a rede, na zona oeste do Rio de Janeiro.


Quando perguntaram a respeito dos hematomas presente no seu corpo, Roberta permaneceu calada. Só informou o que tinha acontecido após a juíza se aproximar dela e permitir que a companheira entrasse na sala, um procedimento que não é habitual nas audiências. A companheira de Roberta pediu: "Fala para eles o que aconteceu".


A audiência, que normalmente dura cerca de 10 minutos, dessa vez durou cerca de 40. Ela disse que os seguranças a levaram para uma sala da loja e que foi espancada com um pedaço de pau. Outras atrocidades cometidas pelos seguranças só foram reveladas mais tarde com a ajuda de uma psicóloga, depois que uma juíza determinou sua soltura e que passou pelo atendimento psicossocial. Roberta disse que eles a estupraram também com um pedaço de pau.


Os relatos acima são dos juízes Cristiana Cordeiro, que atuou na central de custódia do Rio entre o segundo semestre de 2017 e maio de 2018, e do defensor público Eduardo Newton, que se formou por três anos nesse tipo de audiência, até julho deste ano. Quem acompanhou o caso depois foi o Núcleo de Defesa da Mulher.



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