Jogador da Premier League se declara homossexual em carta anônima

Na carta enviada ao jornal inglês, The Sun, o atleta relata não se sentir seguro para compartilhar sobre sua sexualidade com seus amigos de time e dirigentes

Por Lua Silva

Foto: Pixels

Uma carta anônima foi enviada para o jornal Britânico The Sun e publicada no último sábado (11). Nela, um jogador de futebol da primeira divisão da Inglaterra se declara homossexual. O clube ao qual pertence o jogador também não foi divulgado. No relato, o atleta expressa todo seu medo de se assumir publicamente e afirma desejar aposentadoria precoce. Apenas parentes e amigos próximos sabem da orientação sexual do jogador de futebol.

A carta foi encaminhada pela Fundação Justinus Fashanu. A organização recebe o nome do primeiro atleta que se declarou homossexual na Inglaterra enquanto ainda jogava. Justinus viu sua carreira ser arruinada pelo preconceito, se suicidando anos depois. Atualmente, a Fundação afirmou estar apoiando 5 jogadores homossexuais ou bissexuais da Inglaterra, sendo dois deles da Premier League.

O autor da carta diz que ser jogador de futebol sempre foi seu sonho, mas o fato de não se assumir gay o atormenta. “Isso está afetando minha saúde mental cada vez mais. Me sinto preso, e meu medo é que divulgar a verdade sobre quem sou tornará as coisas piores. Assim, embora meu coração sempre diga que preciso fazer isso, minha cabeça sempre diz a mesma coisa: "Por que arriscar tudo?”, relatou.

Justinus Fashanu, primeiro e único jogador de futebol inglês assumido gay. Imagem: Esqreve

O Jogador também ressaltou que Justinus Fashanu é o único atleta da Premier League que se assumiu homossexual durante a profissão. Todos os outros precisaram esperar a aposentadoria para se sentirem seguros em divulgar sua orientação sexual, como é o caso do ex-jogador Thomas Beattie, que se assumiu recentemente e afirmou que ser jogador e gay nunca foi uma opção.

“Se eu fizer, meu plano é me aposentar cedo. Eu poderia estar jogando fora anos de uma carreira lucrativa, mas não se pode colocar um preço em sua paz de espírito. E eu não quero viver assim para sempre.”

Segundo o atleta, comentário e gritos homofóbicos sem direcionamentos são recorrentes nos jogos, mas afirma não se abalar enquanto está no campo pois está concentrado na partida, É na volta para casa, ao relembrar que os comentários, que o autor se afeta. Por fim, o jogador comentou: “futebol não está pronto para um jogador sair do armário”.