Em sete embarcações, garimpeiros armados invadem Terra Indígena
Na manhã desta segunda-feira (10), sete embarcações com garimpeiros invadiram e atacaram com armas a comunidade Palimiú, na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima. Relatos apontam que os indígenas revidaram com flechas e tiros de espingarda, resultando em cinco feridos, sendo um indígena baleado de raspão na cabeça e quatro invasores. A comunidade alega que os assaltantes eram diferentes dos que já tinham visto por lá. O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Considi-Y), Junior Hekurari, disse que até mesmo as roupas deles eram diferentes.
Um portal de comunicação de jornalismo investigativo, chamado Amazônia Real, disponibilizou informações de que foi realizada uma apuração identificando que os executores do ataque são ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, que domina o tráfico de drogas em Roraima e já está operando em garimpos ilegais de ouro dentro do Território Indígena.
Em ofício enviado ao Exército, à Polícia Federal, à Funai e ao Ministério Público de Roraima, a Hutukara Associação Yanomami (HAY), após o conflito aberto, afirma que “os garimpeiros ameaçaram voltar para vingança”. Solicitando “aos órgãos que atuem com urgência para impedir a continuidade da espiral de violência no local e garantir a segurança para a comunidade Yanomami de Palimiú”.
A entidade já havia enviado um ofício no último dia 30 de abril para os órgãos federais sobre a ocorrência de tiroteios entre garimpeiros e indígenas no território, na subida do rio em direção à base de Korekorema, no rio Uraricoera. Segundo o Globo, a entidade não obteve retorno.
Em relatório, a FUNAI pronunciou-se, ainda: “é possível afirmar que este não foi o primeiro conflito naquela região e os indígenas temem novos ataques”. Apontou, também, o perigo iminente de novos conflitos.
No Instagram, o portal Mídia Índia, divulgou o vídeo do momento em que os invasores iniciaram o ataque:
Hoje (11), agentes da Polícia Federal e militares do Exército seguem para a comunidade de Palimiú para averiguar a situação e iniciar a investigação.
Meu Deus, os indígenas não tem um dia de paz!!!!!!!