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Luiza Bittencourt

Intolerância de gênero no Brasil: até quando?

No mês em que se comemora o Dia da Visibilidade Transexual no Brasil, uma morte já foi contabilizada


Foto: CNN Brasil / Banco de Imagens

Comemora-se o Dia da Visibilidade Trans no Brasil em 29 de janeiro desde o ano de 2004. Essa foi a data em que travestis, mulheres e homens transexuais lançaram a campanha “Travesti e Respeito” no Congresso Nacional de Brasília. Marcado como o primeiro ato organizado por pessoas trans, o acontecimento passou a ser celebrado em todos os meses de janeiro e relembrado em torno do país. No entanto, o número de pessoas transsexuais que são mortas ainda cresce significativamente a cada ano, resultado da discriminação e intolerância de gênero.


Segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em 2020, 175 pessoas trans foram assassinadas. O número equivale a 41% a mais do que no ano anterior, em que foram contabilizadas 124 mortes. Logo no início de 2021 Keron Ravach, de 13 anos, foi assassinado no Ceará. Morto a socos e pauladas, o corpo do jovem foi encontrado em terreno baldio. Keron entra para mais um dos casos de homicídio de jovens transexuais até os 18 anos de idade.


Ainda de acordo com o relatório da Antra, a expectativa de vida de pessoas trans no Brasil é de 35 anos. O fato é alarmante sobretudo se comparado à idade média dos brasileiros, que é de 70 anos no geral.


Os números de homicídios representam a intolerância de gênero que se mantém presente na população brasileira. Em 2020, os meses janeiro, fevereiro, maio, junho, agosto e dezembro refletem os números mais expressivos de homicídios, quando as pessoas trans estiveram em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica.


Além dos homicídios, mulheres e homens trans, assim como travestis, são agredidos diariamente. A partir do levantamento da Gênero e Número, em 2017, em média 11 pessoas trans foram agredidas por dia. A intolerância de gênero potencializa a discriminação contra transexuais, que preserva o ciclo de agressões físicas, verbais, humilhações e mais uma série de violências de ódio, tanto nas ruas quanto dentro de suas próprias casas.

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