A tragédia que aconteceu em janeiro de 2013 segue até hoje aguardando julgamento
A Boate Kiss, situada em Santa Maria no Rio Grande do Sul, foi palco de uma imensa tragédia em janeiro de 2013. Durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um integrante do grupo acendeu um sinalizador de uso externo dentro do ambiente fechado fazendo com que faíscas que saíssem alcançassem a espuma que fazia o isolamento acústico, ocasionando o tenebroso incêndio. Esse triste cenário deixou 636 feridos e ocasionou 242 mortes, que em sua maioria foram por sufocamento da fumaça tóxica liberada pelas chamas.
Situação atual do caso na Justiça
Já se passaram quase 10 anos desde a tragédia e o caso ainda não foi a julgamento.
Os quatros réus são:
Marcelo de Jesus dos Santos, músico vocalista da banda Gurizada Fandangueira
Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor e auxiliar de palco
Mauro Londero Hoffmann, sócio da boate
Elissandro Calegaro Spohr, sócio da boate
Ano passado, Elissandro, Mauro e Marcelo saíram vitoriosos de uma batalha travada com a justiça para que o julgamento pelo júri popular fosse transferido de Santa Maria para um foro na capital em Porto Alegre, com alegação de que se fossem julgados na mesma cidade em que ocorreu o incêndio dificilmente haveria imparcialidade por parte do júri. Já o réu Luciano Augusto não entrou com esse pedido de transferência, porém em setembro de 2020 ficou definido pela justiça que os quatro réus serão julgados juntos em Porto Alegre.
O julgamento segue ainda sem data definida. Tudo leva a acreditar que será no segundo semestre deste ano, mas outra situação que aflige os familiares das vítimas é de o julgamento ser com as portas fechadas, pois há uma petição de um advogado dos réus alegando medidas preventivas de distanciamento social devido a pandemia do coronavírus.
O processo criminal conta com mais de 85 volumes. Os réus responderão por homicídio simples (consumado 242 vezes, por causa do número de mortos) e por 636 tentativas de homicídio, referente ao número de feridos.
Homenagem
Desde a última semana a cidade já está mobilizada realizando homenagens. No local onde era a boate, foi pintada a fachada do prédio, além das paredes, e nelas escrita a frase “kiss 8 anos de impunidade”.
Outra ação realizada foi a instalação de dois outdoors estampados com a frase “oito anos à espera de justiça”, com um trecho do livro de Daniela Arbex: "Se a recordação de uma tragédia é dolorosa, imagina carregá-la dentro de si".
Devido a pandemia, a homenagem organizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria foram realizadas de modo online.
Confira aqui a entrevista concedida pela sobrevivente da tragédia, Kelen Ferreira, ao programa Bom Dia Rio Grande.
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