Pedido de impeachment do prefeito já foi protocolado
Por Carolina Gandra
A Polícia Civil do Rio de Janeiro inaugurou a Operação Freedom, nesta terça-feira (1º), para cumprir nove mandados de apreensão e busca contra as pessoas envolvidas no esquema 'Guardiões do Crivella'. Uma reportagem especial do RJTV expôs o esquema na noite da segunda-feira (31).
De acordo com a reportagem, os envolvidos - que são funcionários públicos - faziam um plantão nas unidades de saúde da cidade do Rio, sendo divididos em duplas. O objetivo dos funcionários era fazer com que as pessoas não se expressassem de modo negativo sobre a prefeitura, os intimidando, além de atrapalhar as reportagens de jornalistas que faziam denúncias sobre a crise da saúde pública na cidade.
O esquema era organizado em grupos de Whatsapp, onde os funcionários comemoravam quando as reportagens eram atrapalhadas. Os envolvidos divulgavam selfies nos grupos para indicar que chegaram aos hospitais.
Os policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) conseguiram apreender por volta de R$ 10 mil reais com Marcos Paulo de Oliveira Luciano, suspeito de chefiar a organização. No lugar, foram encontrados um pacote que estava escrito "Crivella", dinheiro, celular, notebooks, cheques e contratos.
Segundo William Pena Junior, delegado da Draco-IE, "o ML [como Marcos Luciano era conhecido] tinha interlocução dentro do gabinete do prefeito. Com o auxílio da análise do material apreendido e dos depoimentos, o próximo passo é identificar quem estava acima dele no grupo. Foi montada uma estrutura muito bem organizada e com dinheiro público."
Processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella
Jorge Felippe (DEM), o presidente da Câmara de Vereadores do Rio, afirmou nesta terça-feira (1º) que levará ao plenário - reunião de deputados - na quinta-feira (03) o pedido de abertura do processo de impeachment contra Marcelo Crivella (Republicanos), prefeito da cidade do Rio de Janeiro.
O pedido foi protocolado na Câmara pelo vereador Tarcísio Motta (PSOL) e a deputada Renata Souza (PSOL) na manhã desta terça-feira.
O vereador Tarcísio Motta afirmou: "A denúncia é muito grave. Isso é desvio de finalidade, de funções públicas – é gente paga com dinheiro público para fazer coisas que não são atribuições do poder público. Portanto, isso é improbidade administrativa, é crime de responsabilidade".
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que investigará o prefeito por conta dos "Guardiões do Crivella", Marcelo Crivella será avaliado por possível prática de conduta e associação criminosa.
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