Após sessão tumultuada Witzel deixa comissão amparado por habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques
A CPI da Pandemia ouviu nesta quarta-feira (16) o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Após mais de quatro horas de depoimento Witzel, pede para se retirar da sessão.
O ex-juiz federal foi convocado para depor na CPI para responder sobre suspeitas de desvio de recursos destinados ao combate da Pandemia. Witzel poderia faltar ou ficar calado durante a comissão. Essa decisão foi concedida pelo ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques, Nunes Marques.
Durante depoimento, Witzel criticou o governo federal, ao dizer que a União não amparou os estados e municípios durante a pandemia. Segundo o ex-governador, o Rio de Janeiro não recebeu ajuda por parte do Ministério da Saúde e do Palácio do Planalto.
O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou que Witzel tem culpa em mortes causadas pela pandemia no estado do Rio de Janeiro.
"E tem, sim, o depoente com as mãos sujas de sangue entre esses quase 500 mil mortos. Esse, sim, é o culpado. E vem aqui e cria um monte de narrativa mentirosa e eu faço questão de desmascarar. Porque ele foi eleito mentindo, enganando a população do Rio e se revelou depois que sentou na cadeira de governador", afirmou.
Ainda durante a fala, Witzel tentou traçar uma ligação direta entre a prisão de dois suspeitos de participar do assassinato da ex-vereadora carioca Marielle Franco e o início do que chamou de uma “perseguição” do Presidente Jair Bolsonaro contra ele.
Em coletiva de imprensa no Senado Federal, após sua saída da sessão da CPI, Witzel declarou que, “Respondi todas as perguntas. Agora, na medida em que começa a haver ofensas, da forma como o senador se dirigiu a mim, de forma ofensiva, de forma leviana, até mesmo chula. Infelizmente eu não posso continuar dessa forma. Estou aqui para ser respeitado e respeitar. Até o momento que nós estávamos conduzindo a sessão de forma civilizada, eu continuei. A partir do momento que ela se tornou uma sessão de xingamentos, como tem acontecido nas redes sociais, eu entendi, e os advogados também entenderam dessa forma, que seria o melhor encerrar".
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